Sustentabilidade

Portugal em projeto de monitorização de plástico da Agência Espacial Europeia

Objetivo é perceber se é possível identificar plástico nos oceanos com satélites espaciais. Primeiros testes foram realizados na Holanda
Texto
Monitorização de plásticos no oceano
Monitorização de plásticos no oceano

Várias equipas científicas, entre elas uma de Portugal, juntaram-se para testar um projeto apoiado pela Agência Espacial Europeia (ESA) que quer perceber se as tecnologias espaciais conseguem detetar plástico nos oceanos.

De acordo com a ESA, estima-se que 10 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos todos os anos. No entanto, apenas se sabe o que acontece a cerca de 1% desse lixo. A ESA acredita que a monitorização espacial poderá ser a resposta para se identificar onde acaba o plástico.

O estudo pretende dar resposta a algumas perguntas fundamentais: “conseguimos sequer detetar plástico a flutuar com monitorização espacial? E, se sim, que técnicas são as mais promissoras, a que frequência e com que sensibilidade?”, explica Peter de Maagt, o engenheiro da ESA responsável pelo estudo.

A primeira campanha de testes realizou-se no Instituto de Investigação Deltares, na Holanda, e durou duas semanas. Uma equipa do Instituto de Telecomunicações de Portugal participou nos testes, ficando responsável por controlar os sensores remotos por radar juntamente com a equipa da Universidade de Stirling, na Escócia.

Nesta primeira ronda, também participaram equipas da Universidade Politécnica da Catalunha, de Espanha, da Universidade de Oldenburg, da Alemanha, e da Universidade de Alberta, no Canadá.

A análise foi feita num modelo do oceano Atlântico com 650 metros quadrados, chamado de Bacia do Atlântico, que está equipado com um gerador de ondas realistas que simula a ondulação natural do oceano.

Para obter os dados mais fidedignos, foram utilizados plásticos que se encontram normalmente no oceano, como sacos, garrafas, redes e cabos de pesca e talheres e também outro tipo de lixo, como beatas de cigarros.

Começámos de forma simples, com muito plástico a flutuar e sem ondas, e fomos reduzindo a quantidade de plástico enquanto introduzíamos pequenas ondas que iam aumentando progressivamente”, explicou Peter de Maagt.

Neste momento, as equipas científicas já estão a analisar os dados recolhidos e, de acordo com o responsável pelo estudo, os resultados parecem promissores. Os testes ficarão concluídos em janeiro, altura em que se saberá se é possível monitorizar o plástico nos oceanos com satélites.

(Fotos: P. de Maagt/ESA e NASA, Naja B. Jensen e C. Palmer/Unsplash)

Continuar a ler
Descobre o teu mundo.
Recebe a nossa newsletter semanal.
Home
8 dicas para andares em segurança na estrada esta Páscoa
O novo Hyundai Kauai EV: De olhos postos no futuro
A primavera chegou. 7 dicas para navegar a época das alergias