Um acordo histórico de proteção do alto mar e dos oceanos foi aprovado pelos Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU), após mais de 15 anos de negociações.
O consenso para a proteção dos oceanos foi obtido depois de uma verdadeira maratona de negociações, com arranques e recuos durante mais de década e meia e com uma reta final desde 20 de fevereiro deste ano. Fica ainda a faltar a ratificação por todos os países, mas o passo mais importante está dado.
O documento para a promoção da proteção dos oceanos agora aprovado pela ONU era há muito reclamado por várias organizações ambientalistas a nível internacional, como a Greenpeace, que durante os últimos anos multiplicaram-se em ações a apelar ao consenso dos países (ver galeria de abertura).
Com este acordo ficam definidas as bases para o estabelecimento de áreas marítimas protegidas, o que poderá facilitar o compromisso internacional “30x30” assumido ainda durante a COP15, ou seja, a salvaguarda de pelo menos 30 por cento dos oceanos até 2030.
O texto final do acordo irá agora ser alvo de um grupo de peritos e técnicos de forma a que seja assegurada a sua uniformidade e correta tradução/interpretação para o conjunto de países, refletido nas seis línguas oficiais da ONU.
Este tratado é uma vitória monumental para a proteção dos oceanos e um sinal importante de que o multilateralismo ainda funciona num mundo cada vez mais dividido. – greenpeace
União Europeia, Estados Unidos da América, Reino Unido e China foram protagonistas-chave na intermediação do acordo e só concessões destes países permitiram resolver impasses que se arrastavam.
Em comunicado a Greenpeace salienta que a partilha justa de benefícios monetários é um ponto importante para os pequenos países insulares que assim podem também colher frutos deste acordo.