É na Índia, país onde se concentram algumas das cidades mais poluídas do mundo, que está a ser desenvolvido e comercializado um novo capacete para motociclistas que filtra o ar exterior e elimina grande parte dos poluentes que se encontram na atmosfera.
A empresa por detrás do projeto é a Shellios Technolabs. Um dos seus fundadores, Amit Pathak, começou a trabalhar no capacete a partir de uma cave, corria o ano de 2016. Em 2019 arrancaram as vendas com o apoio do governo indiano, cujas agências estatais já injetaram milhares de dólares no projeto.
O revolucionário capacete pretende fazer frente à intensa poluição que se sente em cidades como Nova Deli – a capital mais poluída o mundo de acordo com o Relatório Mundial da Qualidade do Ar de 2021, da IQAir – Bhiwadi, Ghaziabad ou Jaunpur. Em particular no período de dezembro a fevereiro, quando o frio intenso provoca a acumulação de poeira, de emissões de veículos e de fumos provenientes da queima de resíduos de culturas.
Um laboratório independente efetuou testes nas ruas de Nova Deli e confirmou que os capacetes da Shellios conseguem afastar mais de 80% dos poluentes do sistema respiratório dos motociclistas. O relatório de 2019, mencionado pela agência Reuters, mostra que os capacetes reduzem as partículas em suspensão PM 2.5 para 8,1 microgramas por metro cúbico, quando no exterior esse valor é de 43,1 microgramas.
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Os capacetes da empresa indiana estão equipados com uma unidade de purificação do ar, composta por um filtro substituível e um ventilador alimentado por uma bateria. Esta tem uma duração de seis horas e pode ser carregada através de uma ranhura microUSB. São comercializados por 4500 rupias (cerca de 57 euros), um valor quatro vezes superior ao preço médio de um capacete na Índia.
Atualmente a Shellios está a trabalhar numa versão mais leve (o modelo existente pesa 1,5 kg), o que pode trazer igualmente uma redução de preço e, assim, tornar o seu inovador capacete acessível a uma maior fatia da população.