No passado dia 11 de novembro um grande acidente provocado por um Tesla Model 3, em Paris, deu início a uma polémica que volta a colocar na ordem do dia a questão da condução autónoma, e, neste caso, do sistema AutoPilot da Tesla.
A história conta-se em poucas linhas, mas o que realmente aconteceu será mais díficil perceber. Um taxista fora de serviço dirigia-se para um restaurante com a família quando, de acordo com o Le Parisien, perdeu o controlo do carro indo contra dois peões, um ecoponto de vidro, um semáforo e uma carrinha que passava no cruzamento onde se deu o acidente. De acordo com a Reuters, o Tesla atropelou também um ciclista.
O acidente foi de grandes dimensões, provocando um morto e 20 feridos e, desde então, foi aberta uma investigação ao condutor por homicídio involuntário e ferimentos não intencionais. Até agora, ainda não se sabe o que levou a que se desse este acidente.
Desde início que o condutor do Tesla garantiu que perdeu o controlo do carro, não conseguindo parar. Entretanto, a sua advogada informou que o veículo acelerou sozinho e voltou a frisar que os travões não responderam. Durante o momento de caos, também não foi ativada a travagem de emergência.
Descobre em que consistem os vários níveis de condução autónoma |
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Até agora, já se sabe que o condutor na casa dos 50 anos deu negativo no teste de álcool e drogas e que o veículo não ia em modo de condução autónoma.
A Tesla, que não teve acesso direto ao veículo, conseguiu fazer uma análise inicial dos dados e garantiu ao governo francês que não houve qualquer problema técnico com o Model 3 que provocou o acidente. Ainda assim, o Ministério Público de Paris continua a sua avaliação para poder concluir com veracidade se houve ou não falha técnica.
Nem Elon Musk, nem o fabricante americano fizeram qualquer tipo de declaração pública sobre o tema.
O taxista, que tinha adquirido o veículo elétrico há cerca de três meses, trabalhava para a empresa de táxis G7 que, desde o acidente, retirou todos os 37 Tesla Model 3 da sua frota, optando por continuar a trabalhar com os Model S.
De acordo com a Reuters, já o ano passado, nos Estados Unidos, o regulador de segurança rodoviária abriu uma investigação formal depois de terem sido registadas mais de 200 queixas sobre acelerações repentinas de carros Tesla. No entanto, o regulador conclui que não havia qualquer defeito no sistema dos Tesla.
(Fotos: D. Von Diemar, C. Deets e E. Boulanger/Unsplash)