A Transtejo, empresa que assegura as ligações fluviais entre a Margem Sul e Lisboa, irá receber os primeiros quatros navios elétricos de um total de dez entre dezembro deste ano e junho de 2023. A encomenda foi adjudicada em 2020, e a primeira entrega estava prevista para abril de 2022, tendo-se atrasado.
Neste momento, de acordo com a administração da Transtejo-Soflusa em declarações à Lusa, os primeiros quatro navios elétricos irão chegar entre o fim do ano e os primeiros seis meses de 2023, quatro até ao final de 2023 e os restantes dois chegam à frota da empresa de transportes fluviais em 2024.
Os navios elétricos começarão a ser usados assim que as tripulações receberem a formação necessária.
A aquisição dos dez navios elétricos a integrar a frota da Transtejo-Soflusa foi adjudicada ao estaleiro espanhol Astilleros Gondán em outubro de 2020 com entregas a começarem em 2020. O contrato entre as duas entidades terá apenas sido assinado em janeiro de 2021.
O valor do investimento, aprovado apenas este ano pelo Governo, perfaz 52,4 milhões de euros.
Com a chegada das dez novas embarcações, a empresa de transporte fluvial espera reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa que, em 2019, foi de cerca de 13.122 toneladas de CO2, de acordo com a Lusa.
Avarias nos navios da Transtejo-Soflusa têm vindo a aumentar
Nos últimos três anos, a taxa de embarcações aptas para fazer a ligação fluvial entre a Margem Sul e Lisboa tem vindo a diminuir, situando-se nos 60% nos primeiros sete meses de 2022.
A ligação entre as duas margens tem vindo a sofrer vários constrangimentos, em parte devido a greves dos trabalhadores, mas também por causa de avarias que têm obrigado a supressões nos transportes.
De acordo com a Lusa, nos últimos sete meses houve um aumento de 9% no número de avarias na frota total.
Apesar dos constrangimentos no transporte, a empresa salienta que tanto a Transtejo como a Soflusa têm cumprido as suas obrigações contratuais.
A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço.
Atualmente, de acordo com a empresa, a Transtejo - Soflusa tem 429 trabalhadores no seu quadro de pessoal, dos quais 242 (56%) são trabalhadores marítimos.