Mobilidade

Vendas de automóveis novos na Europa com forte quebra em julho e agosto

Portugal não escapa à quebra de vendas com variação negativa superior a 30% face a 2019 e 2020
Texto
Vendas automóveis
Vendas automóveis

A venda de automóveis novos na Europa está agora a sofrer uma acentuada contração, depois de um primeiro semestre que parecia animador. De acordo com dados da ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis), os meses de julho e agosto foram especialmente fracos ao nível do número de novos registos de automóveis de passageiros.

Comparativamente ao ano transato, em julho verificou-se uma quebra de 23,2% nas vendas de automóveis (de 1.072.799 para 823.949 unidades), ao passo que em agosto o decréscimo foi de 19,1% (de 769.639 para 622.993 unidades).

Ainda assim, mantém-se um saldo positivo de mais 11,2% de automóveis vendidos nos primeiros oito meses deste ano, face ao mesmo período de 2020. Um resultado que se explica pelos bons números que se verificaram, particularmente, nos meses de março (+ 87,3%), abril (+218,6%) e maio (+ 53,4%). Em junho o aumento foi menos expressivo, fixando-se em 10,4% (dados ACEA).

Em Portugal o mês de agosto foi particularmente penoso com as quebras de vendas a atingirem 37,6% face a 2019 (pré-pandemia) e 31,8% face a 2020. No acumulado do ano, desde janeiro a agosto, a variação, face a 2019, mantêm-se negativa com 34,5% abaixo. Isto apesar de a comparação com 2020 mostrar uma subida acumulada de 11,5% (dados ACAP).

Analistas do setor automóvel atribuem à crise no fornecimento de chips a principal causa para a quebra de vendas verificada nos últimos dois meses, já que os construtores estão impossibilitados de produzir tantas unidades quantas tinham planeado, optando por dar prioridade aos modelos que consideram mais lucrativos.

Numa altura em que a situação pandémica está mais controlada e em que diminui o receio por parte dos consumidores europeus, seria expectável que a tendência de subida observada entre março e junho se mantivesse. Contudo, a falta dos semicondutores que permitem a operabilidade da maioria dos sistemas eletrónicos que equipam os automóveis de hoje não o permite. Uma crise que, asseguram os executivos dos principais construtores europeus, se irá prolongar para o próximo ano.

Ainda assim, há razões para sorrir por parte dos construtores, já que ganhos substanciais no início do ano permitem manter o crescimento acumulado em terreno positivo nos principais mercados da União Europeia. Itália regista a maior subida (+ 30,9%), seguida da França (+ 12,8%), da Espanha (+ 12,1%) e, por fim, da Alemanha (+ 2,5%).

Continuar a ler
Descobre o teu mundo.
Recebe a nossa newsletter semanal.
Home
5 formas de aproveitares as borras de café e dar-lhes uma nova vida
Bolt já fez mais de 600 mil quilómetros com animais a bordo em Portugal
Mundo vive branqueamento em massa de corais pela segunda vez em 10 anos