Esta não será uma análise purista, tecnicista e especialista de uma bicicleta BTT. Antes trazemos-te uma análise de um ciclista de fim de semana que pretende divertir-se, passear e conseguir usufruir do melhor que o nosso país tem para dar sem ter de reunir a preparação física de um camisola amarela.
E o facto é que a nova BTT elétrica da Decathlon, a E-ST 500 com motor central, de facto surpreende.
O que oferece a nova Rockrider?
Vamos já despachar os detalhes técnicos para quem pretende apontar o que esta bicicleta elétrica da Decathlon oferece... ou melhor, não.
A lista é longa e bem recheada e optámos por partilhar no fim com os pontos chave porque temos pressa de te explicar o que obténs com a experiência desta bike. Por isso, se tens mesmo curiosidade nos detalhes, faz scroll até lá abaixo. (Desculpa, mas queremos mesmo passar à ação).
Experiência – o mais importante
Antes de mais estamos a falar de uma bicicleta elétrica com motor central. Por isso, num segmento já de interessante desempenho e, claro, ideal para a prática mista e em especial de montanha.
A Decathlon assegura um rendimento médio da bateria de 90km (depende, claro, de como geres os 3 níveis de apoio dinâmico...e as tuas pernas) mas podemos assegurar que tal implica uma gestão parcimoniosa. Em estrada os 90km rendem (desde que não queiras subir a Sra. Da Graça), mas em montanha mais vale considerares que vais ter de optar muitas vezes pelo nível 2, portanto os 90km renderão mais próximo dos 50km a 60km.
Para quem nunca experimentou uma elétrica em montanha, deve perceber que este é, sem dúvida, o território onde mais se admira a inovação humana. Bem haja a equipa de engenheiros e investigadores, mecânicos e demais designers que conceberam as BTT elétricas. É o mundo cor-de-rosa tornado realidade. É achar-se incapaz de fazer o que de repente se torna capaz e, não só, mas sobretudo, divertido de fazer.
Esquece as horas infinitas a pedalar nas mudanças baixas até chegares lá acima. Vais querer ter subidas. E mais subidas.
Mesmo com o nível de suporte elétrico no mínimo conseguimos subir inclinações generosas. Mas claro que nas mais vertiginosas optámos pelo nível 2, e foi incrível. As subidas tornaram-se tão divertidas quanto as descidas. E não estamos a exagerar. É realmente um “game changer” na tua experiência.
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Com o guiador largo, uma suspensão ativa eficaz e um motor central sincronizado, cada pressão nos pedais recebe a imediata ajuda que aprendemos a controlar desde o primeiro minuto de forma natural. Talvez seja preciso apenas alguma afinação na troca de mudanças, sobretudo nestas subidas entre o dente 6, 7 e 8, por vezes algo bruscas.
Nas descidas mais exigentes, ficámos encantados com a capacidade de controlo. Centro de gravidade excelente, guiador equilibrado e suspensão a dar resposta.
No final dos 40km, sem mácula no que diz respeito ao selim, uma clara melhoria que a Decathlon aqui oferece vs. modelos anteriores.
E como se comporta a Rockrider em estrada?
Nada a apontar. Eficaz, serena, eficiente na gestão elétrica e só nos deixa com água na boca pelo limite legal dos 25km/h. Em plano, com o vento contra nós, ultrapassamos rapidamente a maresia que nos trava de frente e damos por nós a querer ultrapassar os 25km/h.
As rodas preparadas para montanha de 27’5 são abrasivas para pista e exigem naturalmente mais um pouco de força, mas trazem conforto nos saltos de passeios e algumas diversões citadinas, como degraus e rampas que aqui e ali aparecem para nos seduzir a saltar.
Se em montanha já dávamos as subidas por garantidas, em estrada com piso liso então nem se fala. Conseguimos rapidamente chegar lá acima e desprendemo-nos das preocupações
Avaliação final
Estamos a falar de uma bicicleta elétrica na casa dos 1700 euros, portanto uma relação preço-qualidade muito convidativa. E devemos acrescentar o serviço de apoio técnico da Decathlon, que prima pelo cuidado e preço justo, bem como técnicos de excelente trato e dedicação. Em 10 anos que aqui o vosso biker lá vai, não tem queixas.
Naturalmente, a paixão que vais sentir por esta bicicleta pode levar-te a temer pela segurança da própria, dado o investimento. Em primeiro, tens sempre o seguro de 2 anos que recomendamos que faças. Cobre os danos de uso correntes e protege-te. Se quiseres optar pelo anti-roubo, são mais 80 euros. Ou então tens de optar por soluções mais “inovadoras”, como instalar um GPS na bike.
Mas atenção, estamos a falar de uma bicicleta que no design é espetacular (discreta e “pura” num genuíno preto e cinza que agrada a qualquer um) e que traz conforto com um selim surpreendente; só os punhos, a nosso ver, poderiam ser melhor conseguidos na borracha (e a manete de subida de mudanças, que nos parece curta). De resto, nada a reclamar.
Pontos Fortes | Pontos a melhorar |
---|---|
Preço | Alguma afinação nas mudanças mais altas |
Quadro | GPS integrado contra roubo |
Eficácia dinâmica da bateria | |
Motor central | |
Design |
Conclusão
A nova Rockrider E-ST 500 com motor central é de facto uma bicicleta competente, divertida e companheira em estrada e sobretudo em montanha, onde impele a boas velocidades mesmo em subidas e a fazer o dobro da distância no mesmo tempo. Vais realmente divertir-te. À grande! Aproveita.
Informação Técnica
3 anos de garantia
MOTOR: BROSE C Alumínio, Posição central, Binário de 50 Nm, Sensor de binário, Assistência máx. 280%
BATERIA: Samsung SDI ou LG, Capacidade: 420 Wh, 3 modos de assistência: Eco / Standard / Boost.
MODELO DE TESTE: tamanho M M: 22,9 kg
TRANSMISSÃO: Prato 34 dentes 3D ChainFlow e antissalto de corrente, Desviador traseiro MICROSHIFT ACOLYTE 8 velocidades, bloqueio de caixa, Cranque: 175 mm, Manete direita MICROSHIFT ACOLYTE, Cassete MICROSHIFT 8 carretos 12-42 dentes, Corrente KMC E8S especial elétrica
SUSPENSÕES: Forqueta SUNTOUR XCM
TRAVÕES: Tektro M276, Travão de disco hidráulico, 2 pistões, 160 mm dianteiro e traseiro
PNEUS: Hutchinson Gila 27,5" x 2,35"