A adoção de soluções eletrificadas por parte da quase totalidade das marcas fez com que a procura de lítio tivesse subido de uma forma absurda e estima-se já que o consumo global deste material vai ser cinco vezes maior até ao final da década.
O problema é que uma elevada procura também faz com que o preço seja cada vez mais elevado, o que acaba por se refletir no preço final de cada automóvel, mas há ainda outro problema relacionado com a oferta de lítio, uma vez que os próprios mineiros não estão a conseguir extrair este material a uma velocidade que consiga acompanhar este aumento constante de procura.
Segundo Cameron Perks, uma analista de minerais da BMI, em Melbourne, na Austrália, “o financiamento para projetos de lítio ainda é muito reduzido e chega demasiado tarde”, acrescentando ainda que “o défice do mercado já está a acontecer”. Perks refere ainda que “apesar do aumento de preços que já estamos a verificar, vão, com toda a certeza, começar a surgir novos projetos e expansões que vão ajudar a aumentar a oferta com o objetivo de satisfazer a procura. O que já não é tão certo é o número exato de novos projetos que possam surgir, fazendo com que a possibilidade de não se conseguir extrair lítio suficiente - o que dará origem a uma chegada mais faseada de novos modelos elétricos ao mercado – seja cada vez mais complicada de prever.”
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O que é mesmo garantido é que os preços do lítio vão continuar a aumentar. No segundo leilão de concentrado de espoduménio da Pilbara Minerals, o preço de cada tonelada chegou quase aos dois mil euros, sendo que a venda é referente a uma carga de 8000 toneladas. No passado mês de junho, o preço de cada tonelada andava pelos 1080 euros. De acordo com os dados fornecidos pela Asian Metal, o carbonato de lítio proveniente da China quase duplicou em apenas dois meses e o hidróxido de lítio aumentou mais de 70 por cento no mesmo período.
Claro que tudo isto poderá causar uma subida dos preços dos automóveis elétricos, quando o principal objetivo de diversos fabricantes na última década foi justamente a descida dos valores de aquisição dos modelos com este tipo de tecnologia para dinamizar a sua utilização. Com novos procedimentos de produção e uma otimização de todo o processo, o desequilíbrio não será tão grande, mas é difícil que não aconteça.