O mundo dos comboios e da mobilidade acabou de dar mais um passo importante rumo ao futuro, pois, na China, acaba de ser apresentado o comboio mais rápido do planeta, capaz de alcançar velocidades em torno dos 600 km/h. A ideia é preencher um espaço situado entre os cerca de 350 km/h a que viajam atualmente os comboios rápidos na China e os cerca de 850 km/h de velocidade média a que são realizados a maioria dos voos domésticos naquele país.
O sistema Maglev apresentado recentemente pela China Railway Rolling Stock Corporation começou a ser desenvolvido há cerca de cinco anos, sendo que em 2019 foi apresentado o primeiro protótipo e no ano seguinte, em 2020, foi efetuado o seu primeiro teste. E agora, é apresentada a sua versão final, que pode ter configurações entre duas e dez carruagens, conseguindo transportar mais de 100 passageiros. Estes terão acesso a conectividade 5G para se manterem ligados durante a viagem, mas também a possibilidade de carregar os seus dispositivos portáteis, sem fios.
Ao contrário do que acontece tradicionalmente com os sistemas que tão bem conhecemos, os vulgares carris vão começar a dar lugar a sistemas de transporte com levitação magnética, uma vez que estes são mais seguros, requerem menos manutenção, são muito mais silenciosos e geram menos atrito, o que lhes permite alcançar uma velocidade mais elevada.
Por entre as diversas vantagens de utilização do sistema Maglev encontramos ainda a sua capacidade de manobra em rota, que consegue ter ângulos de curva mais acentuados que uma linha de metro, por exemplo. E este é um ponto fundamental para a construção de novas linhas e novas rotas, como as que já estão a ser construídas na China.
Por enquanto, a única linha de Maglev já em funcionamento na China é a que liga o Aeroporto de Pudong em Xangai à estação de Longyang Road, no centro da cidade. É uma viagem de 30 quilómetros que pode ser efetuada em apenas sete minutos e meio graças à velocidade máxima de 430 km/h em algumas zonas.
Para expandir esta solução, estão já a ser construídas mais linhas destinadas a comboios de levitação magnética, como este novo que acaba de ser apresentado e no futuro, já se poderá viajar mais rapidamente entre cidades como Xangai e Hangzhou ou entre Chengdu e Chongqing.
Por cá, não podemos deixar de imaginar como seria uma viagem por terra de Lisboa ao Porto em apenas 30 minutos, demorar uma hora até Madrid ou apenas duas até Barcelona, sem as confusões tradicionais de aeroportos e sem o tempo gasto até que de facto se realize o voo. Passamos é a não poder utilizar o termo de “curva como se estivesse sobre carris”, pois isso já começa a soar demasiado antiquado.