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Mobilidade como um serviço, o futuro? Descobre aqui

Um dia, todos os serviços de transportes poderão estar agregados num só serviço digital. Mobility as a Service pode revolucionar a forma como nos deslocamos
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MaaS é o futuro?
MaaS é o futuro?

Nos últimos anos, com o crescimento das novas tecnologias, têm surgido cada vez mais serviços que dão uma resposta mais acessível às necessidades de pessoas e empresas. Os SaaS, ou Software as a Service, passaram de conceito a realidade e a seguir a ele surgiram muitos outros. O mesmo aconteceu na área da mobilidade e começou-se a falar da Mobility as a Service (MaaS) ou em português, Mobilidade como um Serviço.

O conceito não é de agora. Na verdade, já se fala de um serviço digital que contenha o ecossistema de mobilidade desde os anos 1990, mas foi só em 2014 que o termo MaaS foi referido pela primeira vez por uma estudante de mestrado finlandesa.

Um bom serviço de MaaS deve facilitar o acesso a vários tipos de transportes, sejam eles autocarros, comboios, partilha de carro, bicicleta ou trotinete, táxi e até aluguer de carros, a partir de uma aplicação rápida e de fácil utilização, que simplifique também o pagamento. O conceito parece simples, mas até agora transpô-lo para a realidade não o tem sido.

Apesar de haver várias cidades a tentar apresentar os seus serviços de mobilidade numa só plataforma, muitas vezes, interesses contrários entre o setor público e privado têm dificultado o sucesso destas soluções. A questão da rentabilidade também tem sido um entrave, uma vez que para ser realmente lucrativas, têm de vender uma grande quantidade de bilhetes ou ter vários subscritores.

Voltemos agora atrás, ao primeiro serviço do género que surgiu. A MaaS Global nasceu em 2015 pelas mãos de Sampo Hietanen, o orientador de mestrado da estudante finlandesa que criou o termo MaaS, e foi a empresa que criou a aplicação Whim que está agora disponível em várias cidades do mundo como Helsínquia, Viena, Bélgica e até Japão.

Neste espaço online, o utilizador consegue ter acesso a transportes públicos, bicicletas, trotinetes, táxis e até aluguer de carros através do pagamento de uma subscrição.

Apesar dos já seis anos de história, o caminho não tem sido fácil. Problemas com empresas de transporte que não querem permitir a compra dos bilhetes através de aplicações externas ou mesmo o facto de as pessoas ainda estarem muito dependentes dos seus automóveis pessoais para se deslocarem não têm facilitado a história da aplicação Whim.

Ainda assim, a empresa continua a crescer, tendo já tido investimentos da Mitsubishi Corporation e da BP. Este ano, recebeu 11 milhões de euros de vários investidores.

Em 2018, a Transport for West Midlands juntou-se à MaaS Global para desenvolver o primeiro serviço de mobilidade no Reino Unido que está disponível nas Midlands Ocidentais, em Inglaterra. No final, o sucesso não foi o esperado e uma das razões apontadas foi a falta de orçamento para marketing.

Mas há mais cidades e empresas a investir nas suas plataformas de MaaS. Berlim é a cidade que tem o exemplo de mobilidade como serviço mais extenso da Alemanha com a aplicação Jelbi e em Pittsburgh, nos Estados Unidos, foi lançado recentemente a Move PGH, um projeto que inclui uma aplicação de utilização fácil que centraliza várias opções de mobilidade num só espaço virtual.

Cada vez mais cidades querem criar um MaaS que ajuda a diminuir a necessidade de se usar carros pessoais, que seja fácil de usar, acessível em termos monetários e que seja inclusivo. Com um serviço que permita às pessoas deslocarem-se facilmente pelas cidades, o impacto para o ambiente e para o trânsito nas estradas poderá ser muito positivo.

(Fotos: A. Bergmanis e Z. Debottis/Pexels e Unsplash)

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