Energia

Viana do Castelo investe em armazenamento de energia com hidrogénio

Antigo matadouro de Viana do Castelo vai armazenar com hidrogénio excesso de energia produzida com recurso a fontes renováveis
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Hidrogénio verde (foto: Bernat Armangue/Associated Press)
Hidrogénio verde (foto: Bernat Armangue/Associated Press)

Hidrogénio verde (foto: Bernat Armangue/Associated Press)

O programa Viana Starts, que prevê instalar um laboratório de inovação digital no antigo matadouro de Viana do Castelo, vai armazenar energia com recurso a hidrogénio, algo “pioneiro a nível nacional em edifícios públicos”, revelou a autarquia.

“O edifício irá ter elevada eficiência energética, prevendo-se que o excesso de energia renovável obtida num sistema híbrido fotovoltaico e eólico seja armazenada num sistema a hidrogénio, pioneiro a nível nacional em edifícios públicos. A solução de reserva de energia à base de hidrogénio será utilizada quando a energia do sol ou do vento não puder ser utilizada, por exemplo para o período noturno ou em períodos menos ventosos”, descreve o município, em comunicado.

Em causa estão um “conjunto de soluções inovadoras de eficiência energética e hídrica, baixo teor de carbono e economia circular” no projeto de reabilitação e reconversão do antigo Matadouro Municipal no edifício do Viana Starts, um investimento de seis milhões de euros que obteve um financiamento de cerca de cinco milhões de euros do FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

A autarquia apresenta como “soluções a serem consideradas na fase de projeto” a utilização de “isolamentos térmicos e/ou acústicos com recurso a materiais naturais, como fibras de madeira ou de cânhamo, cortiça expandida com textura 3D, burel, blocos com fibra de cânhamo, betões à base de resíduos de construção, janelas que incorporam resíduos de alumínio e vidro reciclado”.

Espera-se um edifício de energia quase zero com desempenhos bastantes superiores aos exigidos em Portugal, assim como serão aplicados princípios de eficiência hídrica e de armazenamento de águas pluviais”, assegura.

O Viana Starts terá como princípio a incorporação de cerca de 20% de materiais reciclados, atingindo 90% na proporção de reutilização/reciclagem de resíduos de construção e atingindo os 50% de energia proveniente de fontes renováveis (sol e/ou vento), seguindo os princípios do New European Bauhaus, acrescenta.

Vai também integrar “painéis fotovoltaicos, turbina eólica, sistemas inteligentes, automatização, sistemas de gestão centralizada, eficiência hídrica e qualidade do ar interior”.

Citado no comunicado, o presidente da autarquia, Luís Nobre, considerou tratar-se de “um dos maiores projetos que aconteceram em Viana do Castelo nas últimas décadas”, que pode afirmar o concelho "em todo o mundo enquanto cidade de criação”.

O vereador da Inovação disse estar em causa “uma oportunidade única para consolidar a cidade como um centro de inovação não só a nível nacional, mas também a nível internacional”.

O projeto vai criar um laboratório criativo e comunitário, baseado no espírito da Ciência + Tecnologia + Arte, para que este seja um futuro espaço de criação.

A autarquia pretende, para isso, transformar o edifício do Antigo Matadouro Municipal, numa obra que “deverá avançar com o início da obra de reabilitação” e “ser concluída até final de 2026”.

O projeto é cofinanciado pelas Iniciativas Urbanas Europeias, iniciativa da União Europeia que promove projetos-piloto no domínio do desenvolvimento urbano sustentável. O projeto de criação do Viana Starts foi a única candidatura portuguesa selecionada em 2023 pela Iniciativa Urbana Europeia – EUI.

Viana do Castelo pertence, assim, ao grupo restrito de 14 cidades europeias que serão o exemplo europeu na implementação de ações inovadoras para enfrentar desafios urbanos.

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