Imagina um belo lago. Uma área de vários quilómetros quadrados, de água parada, perfeito para dar um mergulho. Agora imagina que esse lago está a ser usado para extração de areia e que, por isso, tem zonas em que é demasiado fundo e outras em que tem grandes bancos de areia. Dessa forma, o sítio ideal para recriação e lazer torna-se uma massa de água quase esquecida.
A Holanda tem centenas de lagos de extração de areia não utilizados e a GroenLeven, uma empresa holandesa de energia solar em grande escala, criou uma solução para lhes dar uso.
Desde 2018, que a empresa tem construído parques de energia solar flutuantes. E se o primeiro tinha apenas um hectare e meio, neste momento, está a criar mega áreas de energia verde, com mais de 20 hectares. Se não se incluir o continente asiático, a GroenLeven é a responsável pelos maiores parques flutuantes.
O processo para fazer nascer a estrutura de energia verde não é de todo complicado. A empresa holandesa trata de tudo, desde arranjar os subsídios, à construção e à posterior venda do espaço para empresas de energia locais.
Os painéis solares são colocados sobre barcos que flutuam com o apoio de quatro boias. Cada um destes barcos leva entre 12 e 16 painéis solares. Toda a rede fica conectada entre si na plataforma flutuante e há apenas um cabo que vai para terra, minimizando assim riscos e evitando grandes perdas energéticas.
Toda a estrutura, que acaba por ser mais compacta do que as construídas em terra, é depois ancorada ao lago, uma vez que é perigoso movimentar-se livremente. Se houver algum perigo, é possível desligar o parque à distância.
Uma vez que o objetivo é criar energia sustentável, não faria sentido que os painéis solares pudessem de alguma forma interferir com a vida nos lagos. Por isso, apesar da construção ter uma grande escala, há passagem de ar e luz suficiente para que não haja efeitos negativos na fauna e na flora local.
Até agora, já foram criados 11 parques parque aquático, sendo que o último é o de Sellingen, em Groningen, o maior da Europa. Tem 24 hectares e 76 mil painéis solares, cada um com capacidade para produzir 545 W de energia. Ao todo, o parque flutuante consegue produzir 40 mW, o que permite dar energia verde a cerca de seis mil casas. Nesta localização, apenas uma parte do lago foi usada, enquanto que a outra continua até hoje para recriação.
A empresa continua a expandir e já está a trabalhar no desenvolvimento de mais um espaço flutuante de energia solar.