Verão, calor, água e desportos náuticos. Haverá melhor combinação para os mais irrequietos que dispensam estar todo o dia deitados na areia? Provavelmente não. E com a oferta de modalidades que hoje existe, só não passa umas boas horas de diversão no mar (ou na lagoa, ou no rio) quem não quer. Mas tem em conta: para além da compra de um novo “brinquedo”, é também preciso saber transportá-lo.
O stand up paddle (SUP) está hoje mais em voga do que nunca, mas também o caiaque, o surf, o kite surf ou o wind surf. Toda essa popularidade deve-se, em grande parte, ao facto dos equipamentos para praticar estas modalidades, outrora muito caros, estarem hoje bem mais acessíveis. Alguns até os podemos comprar em super ou hipermercados.
Os preços bombásticos e a facilidade de aquisição têm levado muita gente a aventurar-se em novas modalidades. Mas e quanto ao transporte no automóvel, sabes como fazê-lo corretamente? Deixamos-te aqui algumas dicas, a começar pelas pranchas.
Como transportar uma prancha ou um caiaque
Para transportares uma prancha em segurança o mais aconselhável e colocá-la sobre barras de tejadilho transversais, as quais deverão ter algum elemento acolchoado, para que a prancha não sofra nenhum dano. Coloca-a com a face voltada para baixo e o nose (frente) no sentido da dianteira do automóvel. Desta forma as quilhas ficam viradas para cima e mais perto da bagageira.
Com a prancha já em posição, só tens de a amarrar com uma correias resistentes. Aperta-a contra as barras transversais de forma que não oscile com o andamento do carro, mas não em demasia para não estragares o material. Caso não tenhas barras fixas, podes sempre optar pelos soft racks. Estes diferenciam-se dos primeiros por terem de ser montados a cada utilização e pelo facto das correias terem de passar pelo interior do habitáculo.
O mesmo modo de fixares uma prancha aplica-se caso transportes várias unidades ou outro equipamento náutico, como um caiaque, mas não te esqueças de consultar o manual do teu automóvel para ficares a saber qual o peso máximo admitido sobre o tejadilho.
Lembra-te também que, de acordo com o código da estrada, os equipamentos a transportar não podem reduzir a visibilidade do condutor nem tapar (total ou parcialmente) as luzes e chapas de matrícula; não podem exceder a largura do carro nem ultrapassar os 55 centímetros para a frente e 45 centímetros para trás, além dos seus pontos extremos; e não podem exceder uma altura de quatro metros a contar do solo.
Outro desporto náutico com muitos adeptos, embora já não tão acessível, é andar de moto de água. No mar, no rio ou na lagoa, conduzir um destes veículos sobre a água é emoção garantida e até já existem propostas com motorização elétrica. Mas tal como os equipamentos que referimos atrás, também a moto de água, assim como um barco, obriga a cuidados especiais no transporte. Neste caso, mais ainda, já que é necessário um reboque.
Como transportar uma moto de água ou um barco
Antes de mais terás de adquirir um atrelado adequado e ter um sistema de reboque instalado no teu automóvel. Estás autorizado a conduzir com atrelado com a carta de condução de categoria B (ligeiros), desde que a carga não exceda 750 kg ou o peso total do automóvel com o atrelado não seja superior a 3500 kg. Se estes limites forem ultrapassados, então terás de estar habilitado para a categoria BE.
Quanto ao atrelado, se o seu peso bruto não exceder os 300 kg não necessita de matrícula própria, mas a apólice de seguro do automóvel deverá passar a incluí-lo. Acima daquele peso, será necessário requerer a homologação através do Modelo 9 do IMT e o atrelado deverá ter o seu próprio Documento Único Automóvel e um seguro específico.
Outras regras estipuladas pelo código da estrada dizem respeito às dimensões do equipamento transportado: não pode exceder um metro à retaguarda, nem exceder um comprimento total de 25 metros; a largura total não pode exceder a do automóvel ou a do reboque em mais de 30 cm para cada lado, sem ultrapassar os três metros e meio; a altura não pode ultrapassar os 4,60 metros.
Tem em atenção que o atrelado onde vais transportar a tua moto de água ou barco não pode prejudicar a identificação da sinalização, iluminação e chapas de matrícula. Deves ter um campo de visão desimpedido para a retaguarda e, caso seja necessário, poderás ter de instalar espelhos retrovisores adicionais.
Quanto à forma de fixares o teu equipamento ao atrelado, o melhor será consultares as recomendações do fabricante. Em todo o caso, assegura-te que a carga está distribuída de forma uniforme e que todo o equipamento está bem preso para que não se solte em andamento.
(Fotos: Pexels e Flickr)