Fantástico

Conduzi a Renault 4L em Paris e agora quero uma

Conhecer os arredores de Paris ao volante de uma 4L foi uma experiência única. Quem diria que um carro com 60 anos seria tão fácil de conduzir
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Na AWAY, o nosso foco é o futuro. Falamos de cidades inteligentes, de energias renováveis e da mobilidade do futuro que tem de responder às necessidades das pessoas enquanto respeita o planeta. No entanto, é impossível olhar para frente sem perceber o passado e o que pavimentou a história da mobilidade até hoje. Foi com isto em mente que nos fizemos às estradas dos arredores de Paris ao volante de um Renault 4L.

Já conduzo há alguns anos, mas ainda assim assustava-me o desconhecido e nunca tinha entrado num Renault 4L, muito menos conduzido um. Quando entrei no primeiro do dia, um R4 Super Fasa de 1968, fiquei preocupada. Apesar da ausência dos botões todos a que estou habituada e de todos os ecrãs no painel do carro, tudo parecia mais complexo. Demorei ainda uns metros (ou vá, quilómetros) a adaptar-me à caixa de velocidades e a descobrir que o manípulo dos piscas estava do lado direito e não do esquerdo.

A aventura foi na estrada. Subidas faziam-me questionar se seria capaz de manter o ponto de embraiagem e deixei o carro ir abaixo umas quantas vezes. Mas estes foram os únicos pontos negativos com que me deparei e uns minutos depois de me ter sentado na Renault 4, já estava com vontade de a levar para casa. Pena que não cabia na mala.

Percebi enquanto percorria as zonas verdes nos arredores de Paris, as estradas com poucos carros e as ruas rodeadas de casas pitorescas, que a magia do 4L está na simplicidade da sua condução e na estabilidade e robustez que ainda hoje transmite, 60 anos depois de ter sido fabricado.

Dava segurança nas curvas, respondia bem quando se acelerava e era fácil de se fazer reduções, sem aqueles solavancos estranhos que, admito, sou especialista em fazer acontecer, não importa de que ano é o veículo.

A viagem ao passado continuou depois no furgão laranja de 1970. A F4, apesar de ter apenas menos dois anos, era mais veloz e, por incrível que pareça, dava segurança até quando chegava aos 80 km/h. Nas estradas retas, sem viva-alma à vista, testei um pouco mais o motor e admirei-me com a resposta que me deu.

Não houve curvas a grande velocidade – o medo de levantar uma roda estava vivo dentro de mim – nem qualquer tipo de ultrapassagem. Mas houve tudo o resto e sinto que conheci bem as famosas Renault 4 e F4.

Ter de deixar os carros em Paris custou e já estou com saudades daquele carro pequenino que, apesar de tudo, parecia espaçoso. Foi uma viagem ao passado que vai ficar para sempre guardada.

A única coisa que ficou a faltar foi descobrir para que servia o manípulo do lado esquerdo que subia e descia como o dos piscas, mas que aparentemente não fazia nada. Se alguém souber, por favor, envie e-mail.

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