As cheias são um problema que assola muitas zonas do mundo. Em países em desenvolvimento onde as épocas de monções provocam cheias avassaladoras, como o Bangladesh, o Vietname ou as Filipinas, o índice de mortalidade por afogamento é muito elevado e são as crianças as mais afetadas. Ewan Morrell decidiu que queria ajudar a combater o problema e desenvolveu o Bot, um colete salva-vidas produzido com restos de tecidos e que boia graças a garrafas de plástico.
Foi no seu projeto de final de curso que o estudante de design na Universidade de Northumbria, no Reino Unido, criou o Bot. A ideia de desenvolver o colete salva-vidas surgiu depois de falar com um especialista do Royal National Lifeboat Institution (RNLI) e de ter percebido que este produto seria uma opção viável, com um custo de produção baixo.
O Bot foi pensado para ser produzir a partir de restos de tecido de fábricas – pode ser feito com qualquer tipo de tecido. O elemento flutuante seria lixo plástico, mais concretamente, garrafas de plástico. Pela sua simplicidade, poderia ser feito por um profissional em poucas horas e usando uma máquina de costura.
O colete chegaria às pessoas sem as garrafas e, por isso, não estaria ainda pronto a ser usado. Para flutuar, as pessoas teriam de instalar garrafas de água nos bolsos que rodeiam a peça. Este elemento, que iria garantir que se conseguia flutuar, é fácil de se encontrar, fazendo muitas vezes parte do lixo plástico que assola vários países do mundo.
Por não vir já com o elemento flutuante, o Bot é fácil de distribuir e armazenar. De acordo com o designer, enrolado, o colete é mais pequeno do que uma garrafa de 500 ml.
Em relação à produção, Ewan Morrell propõe no seu projeto que esta seja garantida pelas fábricas de peças de vestuário em países em desenvolvimento e que faça parte de um esquema de caridade.
Até agora, o colete já foi testado em ambiente real no Reino Unido, no Quénia e na Índia. Agora, o designer quer levar o Bot mais longe.
(Fotos: cortesia de Ewan Morrell)