Sustentabilidade

Lixo espacial: quando sujamos além dos limites da Terra

Detritos espaciais criados pelo homem podem ter impacto no futuro da investigação espacial e até no ambiente
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Detritos espaciais (Foto: NASA/Unsplash)
Detritos espaciais (Foto: NASA/Unsplash)

O que está além da Terra sempre despertou interesse e desde que o primeiro satélite – o Sputnik 1 – foi para órbitra em 1957, nunca mais se parou. O turismo espacial começa a ser uma realidade, há cada vez mais missões ao espaço e o número de satélites que são lançados só tem vindo a aumentar. Apesar de isto ser essencial para o avanço da ciência, gera também um problema: os detritos espaciais.

Os detritos espaciais que começam a inundar o espaço são os criados pela mão humana. Normalmente estão na órbitra terrestre baixa, ou seja, a poucos quilómetros da atmosfera e são fragmentos de naves ou até naves inteiras, partes de veículos de lançamento ou satélites deteriorados. Com cada colisão, estes detritos vão ficando mais e mais pequenos.

Neste momento, de acordo com Agência Espacial Europeia (ESA), estima-se de que há mais de um milhão de detritos espaciais com mais de 1 cm.

Qual é o impacto do lixo espacial?

Quando falamos em detritos espaciais, encontramos dois grandes problemas, um ambiental e outro que se prende com o futuro da investigação espacial.

Detritos em órbitra e a sustentabilidade

Quando o lixo espacial entra na atmosfera, normalmente ele arde. De acordo com o WeForum, a reentrada de grandes conjuntos de detritos espaciais pode fazer com que se criem depósitos com níveis perigosos de alumina na atmosfera, algo que poderá ter impacto no clima.

Além disso, nem todos os detritos ardem. Por vezes, o lixo terrestre acaba no ambiente e, pela sua constituição, pode ter impacto em plantas e animais.

Lixo espacial em excesso conduz a maior risco de colisão

Tanto a NASA como a ESA alertam para a mesma questão: o aumento significativo de detritos na órbitra da Terra faz com que haja um risco cada vez maior de colisão com satélites. Quanto mais colisões existirem, mais detritos vão ser gerados.

Apesar de haver já um conjunto de regras instauradas pela Inter-Agency Space Debris Coordination Committee que obriga as entidades que lançam satélites e fazem missões a fazer a correta gestão da tecnologia que é lançada, a ESA refere que cerca de metade das missões acabam por não cumprir as guidelines.

A longo prazo, qual será o problema? Donald Kessler, cientista da NASA, desenvolveu uma teoria, o Síndrome Kessler, que diz que se chegarmos a um ponto em que há demasiado lixo espacial em órbitra, pode criar-se uma reação em cadeia em que, com cada colisão, há sempre mais e mais lixo. Vai chegar-se ao ponto em que será impossível utilizar a órbitra terrestre baixa.

O que se pode fazer pela sustentabilidade do espaço?

Está a estudar-se a criação de missões com o objetivo único de recolher detritos. A ClearSpace-1 será a primeira e deverá recolher cerca de 112 kg de partes de um foguetão de uma missão de 2013. Há também empresas a surgir para limpar a órbitra da Terra.

Além disso, será sempre essencial que as entidades responsáveis por missões ao espaço e lançamento de satélites se responsabilizem por todo o lixo que possa ser criado durante e depois do projeto ser concluído.

(Fotos: NASA/Unsplash)

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