No Dia Mundial da Energia, que se celebra hoje 29 de maio, a Quercus divulga, em comunicado, uma análise do REPowerEU, o plano energético apresentado em Bruxelas a 18 de maio pela Comissão Europeia (CE), em resposta à disrupção no mercado energético causado pela invasão da Ucrânia por parte da Rússia.
A associação considera este plano pouco ambicioso pois “alicerça-se ainda nas importações de combustíveis fósseis de países terceiros, arriscando a exploração crescente de combustíveis fósseis, dentro e fora da Europa, e agravando a crise climática”, mas vê como positivo os incentivos às energias renováveis e aos planos de poupança energética.
“Apesar do aumento das metas das energias renováveis de 40% para 45%, e da eficiência energética de 9% para 13%, até 2030, estes objetivos não têm a ambição suficiente para fazer cumprir o Acordo de Paris e deveriam ser ajustadas para 50%, no caso das renováveis e para 20% no caso da eficiência energética”, diz a Quercus.
Faltam também no plano “medidas imperativas” para travar o financiamento dos combustíveis fósseis. E acrescenta a Quercus: travar o gás fóssil russo, mas permitir uma corrida à importação de gás natural de outros países vem em contracorrente com os objetivos de descarbonização da economia.
Muito positivo no plano REPowerEU é a obrigatoriedade da instalação de painéis solares na cobertura de novos edifícios públicos, comerciais e residenciais, dizem os ambientalistas, assinalando que não se podem esquecer os telhados dos edifícios já existentes.
No comunicado a Quercus fala do reconhecimento da importância do ecodesign e das etiquetas de eficiência energética, alerta para a necessidade de um fim real de subsídios públicos ao aquecimento fóssil, e diz que só referir a redução de subsídios aos combustíveis fósseis sem estabelecer metas e prazos não passa de “um simples desejo”.
“Os planos Fit for 55 e REPowerEU juntos podem ajudar-nos a prescindir dos combustíveis fósseis e enfrentar a emergência climática através de uma transição justa para as populações. Porém, tal só será viável se forem ousados na sua aplicação e não abrirem caminho a novas e igualmente nocivas utilizações dos combustíveis fósseis”, avisa a Quercus.