Todas as semanas novos projetos de energia solar são anunciados. Terrenos e até lagos tornam-se a base para os painéis fotovoltaicos e, muitas vezes, deixam de ter outra utilização. Mas há uma solução que permite a produção agrícola e de energia solar em simultâneo. São os sistemas agrivoltaicos.
Apesar de não ser uma prática nova, só tem sido usada em pequena escala. Estes sistemas têm a vantagem de permitir a rentabilização de áreas, ao mesmo tempo que ajuda a proteger as plantações das alterações climáticas.
A TSE, uma empresa de energia solar, está agora a tentar este sistema aplicado a plantações de grande escala. O projeto, que irá ter a duração prevista de nove anos, está a decorrer em França, na região de Haute-Saône.
Numa área de três hectares, a TSE instalou 5500 painéis solares bifaciais a cinco metros do chão para permitir que as máquinas agrícolas consigam operar sem problemas. Esta instalação solar tem a capacidade de produzir 3,2 gigawatt/hora (GWh) de energia por ano, suficiente para 1200 pessoas.
Os painéis podem ser movidos de forma a ficarem verticais ao chão para deixar passar a chuva. Em contrapartida, em alturas de muito calor e sol forte ou até de geada, podem ser colocados na horizontal para proteger as plantações.
Desde que os painéis solares ficaram operacionais que a empresa de energia tem analisado o impacto que estes têm no solo e se interferem, ou não, com o normal crescimento das plantas.
Um fenómeno que se verificou durante o verão, que foi particularmente seco um pouco por toda a Europa, foi que as zonas que apanhavam a sombra dos painéis retinham a água por mais tempo.
Este não é o único projeto do estilo a ser estudado na Europa. Na Alemanha, por exemplo, há uma plantação biológica de maçãs que também tem uma cobertura de painéis solares.