A Lituânia deixou de fazer importações de gás da Rússia. De acordo com o ministro da Energia do país, Dainius Kreivys, este é o primeiro país europeu a não estar dependente do fornecimento de gás russo.
Desde o início do mês que o sistema de transmissão de gás da Lituânia funciona sem importações de gás da Rússia, uma decisão tomada face à chantagem que a Rússia tem feito à Europa nos últimos dias de querer que o gás seja pago em rublos, a moeda local.
Todas as necessidades de gás da República do Báltico serão agora cobertas a partir do terminal de gás natural liquefeito (GNL) na cidade portuária de Klaipeda. Todos os meses, serão recebidos três grandes embarques de gás, quantidade suficiente para dar resposta à procura no país.
Caso a quantidade não seja suficiente, o ministro da Energia referiu que será possível receber gás através da ligação com a Letónia e, a partir de 1 de maio, da Polónia.
O presidente da Lituânia, Gitanas Nausèda, usou o Twitter para anunciar que tinha cortado as “ligações energéticas com o agressor”, referindo-se à Rússia que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
“Se nós conseguimos fazê-lo, o resto da europa também o consegue”, escreveu o presidente, incentivando os países a deixarem de importar o gás russo.
From this month on - no more Russian gas in Lithuania 🇱🇹.
— Gitanas Nausėda (@GitanasNauseda) April 2, 2022
Years ago my country made decisions that today allow us with no pain to break energy ties with the agressor.
If we can do it, the rest of Europe 🇪🇺 can do it too!
Também a Estónia e a Letónia deixaram de receber gás russo no início de abril. De acordo com o Financial Times, a notícia foi avançada pela Conexus Baltic Grid, uma empresa da Letónia de armazenamento de gás natural.
A decisão de deixar de comprar gás russo faz parte das posições tomadas pelos países do mundo face à guerra que a Rússia declarou à Ucrânia e que já provocou pelo menos 1325 mortes de civis e feriu mais de duas mil pessoas, segundo dados da ONU.