Ainda não foi instalada e já está envolta em polémica. Falamos da central solar flutuante que está prevista colocar perto da barragem do Cabril, um projeto sobre o qual o presidente da Câmara Municipal da Sertã disse ter conhecimento através da comunicação social, reforçando que não foi ainda informado da sua existência pelas autoridades competentes.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Miranda, o presidente da Câmara da Sertã, mencionou a preocupação com que a câmara vê a instalação da nova infraestrutura, “pelo que irá abordar o Ministério do Ambiente e da Ação Climática no sentido de ser cabalmente esclarecida sobre as características do projeto em causa e sobre o seu real impacto no território”.
O projeto de energia flutuante a instalar na barragem do Cabril, localizada no rio Zêzere, a unir o concelho de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) ao concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco), será da responsabilidade da empresa Voltalia e terá uma capacidade instalada entre 33 e 40 megawatts, “dependendo da otimização final do projeto”, informou recentemente a empresa de origem francesa em comunicado.
No documento pode ler-se que a concessão da central solar flutuante foi atribuída pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática por um período de 15 anos e que se prevê ter início até 2026. Contudo, a Câmara Municipal da Sertã assegura que nada sabe, na medida em que o atual executivo “não foi informado pelas autoridades competentes, desconhecendo, assim, as características do projeto, nomeadamente o local preciso de implantação e os seus potenciais impactos”.
A preocupação sobre a instalação da infraestrutura por parte do presidente do município da Sertã, Carlos Miranda, prende-se com o facto da barragem do Cabril se tratar de um recurso essencial para o território, não só a nível turístico, como também por ser um ponto de captação de água para abastecimento às populações e local de recolha de água pelos aviões de combate a incêndios, que frequentemente assolam a região.