Energia

Crise energética obriga Reino Unido a inovar no armazenamento de energia

Aumento da produção de energia a partir de fontes renováveis obriga a desenvolver soluções para quando há quebras
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Reino Unido procura novas formas de armazenar energias renováveis
Reino Unido procura novas formas de armazenar energias renováveis

A atual crise energética que se alastrou a toda a Europa está a ter repercussões junto dos consumidores e das empresas, que assistem impotentes ao escalar dos preços da energia. O aumento do valor da fatura mensal afeta famílias e negócios, que lutam por sobreviver após o conturbado período da pandemia. Mas nem tudo é mau, como é exemplo a intensificação de soluções de energias verdes.

Num cenário de crise que, aparentemente, nada tem de positivo, a aceleração do processo de viragem para as energias renováveis como forma de escapar à dependência externa de combustíveis fósseis pode ser encarada como benéfica. Cada vez mais, as energias solar e eólica são encaradas como soluções de futuro, senão de presente. Contudo, a sua produção em larga escala de nada serve, se não forem encontradas soluções viáveis de armazenamento.

Tal como acontece em toda a Europa, também no Reino Unido – território onde o gás constituiu 40% de toda a energia consumida em 2021 – se procuram desenvolver as melhores soluções de armazenamento de energia, por forma a que esta possa ser fornecida sempre que o sol não brilha ou o vento não sopra. E há novas tecnologias a despontar.

Para além das mais tradicionais baterias de iões de lítio – de acordo com a Bloomberg, o Reino Unido já tem a maior quantidade de baterias ligadas à rede da Europa, cerca de 1,9 gigawatts de capacidade, devendo esse valor mais do que quadruplicar até ao final da década – e dos enormes reservatórios de água geradores de energia hídrica, há duas novas soluções a destacar: o ar líquido e as baterias para parques de estacionamento.

A primeira compreende a compressão do ar em estado líquido, utilizando eletricidade. Depois de realizado este processo, pode então gerar-se energia quando o líquido é aquecido, expandindo-se de volta para um gás e alimentando uma turbina. Algo que a Highview Power, empresa que está a desenvolver a tecnologia, citada pela Bloomberg, descreve como “uma bomba hidroeléctrica numa caixa”.

A empresa já tem uma unidade de demonstração instalada e pretende escalar a tecnologia. Atualmente está a tentar obter investimento para a construção de uma unidade de armazenamento de 50 megawatts em Inglaterra e planeia uma ainda maior para o futuro próximo. Tem ainda na calha projetos de larga escala para Espanha e Austrália.

A segunda solução em destaque tem os parques de estacionamento como destino. Foi em Oxford, perto de uma estação de carregamento de automóveis elétricos, que a empresa Invinity Energy Systems instalou uma enorme e duradoura bateria de fluxo de vanádio, a qual emparelhou com uma bateria de iões de lítio já presente no local.

Por ter uma duração substancialmente superior (décadas) face à bateria de iões de lítio, a bateria de fluxo preserva a vida daquela e alimenta o sistema com energia nos momentos de baixa oferta e elevada procura. Tal com a Highview Power, também a Invinity procura agora expandir a sua solução em larga escala.

(Fotos: Pexels)

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