O impacto das turbinas eólicas na vida selvagem é talvez das maiores críticas que se têm feito à energia eólica. Todos os anos, centenas de aves colidem com as pás das turbinas eólicas. Mas parece que no caso das aves marinhas, talvez não seja bem assim. Um novo estudo feito num parque eólico offshore indica que os pássaros estão a desviar-se.
Levado a cabo pela Vattenfall, uma empresa sueca de energias renováveis, o estudo analisou os voos de aves marinhas no Centro Europeu para a Implantação Offshore (EOWDC), na costa de Aberdeen, na Escócia, entre abril e outubro de 2020 e de 2021.
O que os responsáveis pelo estudo puderam ver é que, durante o período em questão, não houve colisões com nenhuma das 11 turbinas eólicas do parque offshore.
Para fazer a recolha dos dados, foram usados radares que, quando identificavam que uma ave se estava a aproximar do EOWDC, ativavam câmaras que filmavam o voo e permitiam identificar as espécies.
Ao todo, foram capturados cerca de 10 mil vídeos que permitiram comprovar que as espécies ajustavam a sua rota de voo de forma a voar entre as turbinas eólicas.
Turbinas eólicas às riscas podem ajudar aves a desviarem-se
O estudo permitiu também ver que diferentes espécies de aves marinhas têm comportamentos diferentes na hora de se desviarem. Enquanto algumas se desviam a 150 metros do rotor, outras apenas o fazem já a 40 metros.
Com este estudo, pretende-se começar a compreender o comportamento das aves marinhas junto de turbinas eólicas para que se consiga analisar melhor os riscos de colisão. A longo prazo, o objetivo é ter dados suficientes para que possa evitar construir parques eólicos em corredores de voo.