Energia

Portugal preparado para abandonar importações de petróleo e gás da Rússia

Ministro dos Negócios Estrangeiros português falou sobre o novo pacote de sanções à Rússia que inclui embargo energético
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Petróleo russo
Petróleo russo

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, garantiu que Portugal poderia deixar de utilizar gás ou petróleo russo em qualquer momento. A declaração foi feita numa altura em que a União Europeia tenta negociar um embargo energética à Rússia.

“Aquilo que está a dificultar não é nada do campo político, mas sim do campo técnico e económico [porque] há uma assimetria de impacto das sanções. Portugal, por exemplo, não teria nenhuma dificuldade em fechar amanhã a torneira do gás ou do petróleo russo, [mas] outros países têm uma dependência, muito em particular a Hungria, mas também a Eslováquia e a Bulgária têm dificuldades”, declarou João Gomes Cravinho, no final da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Trato do Atlântico Norte (NATO), em Berlim, citado pela Lusa.

Em causa está o sexto pacote de sanções à Rússia que foi apresentado por Bruxelas em abril e que prevê uma proibição total de importação de todo o petróleo russo, marítimo e por oleoduto, bruto e refinado até final do corrente ano. No caso da Hungria e da Eslováquia, haveria uma derrogação de um ano suplementar. A Hungria já rejeitou a proposta, referindo que põe em causa a segurança energética do país.

João Gomes Cravinho explicou que as discussões sobre o novo pacote de sanções continuam, e que o objetivo de cortar a dependência europeia dos combustíveis fósseis vindos da Rússia é partilhado por todos.

O ministro ainda referiu que acredita que em duas semanas poderá haver uma solução que satisfaça a todos.

Estamos todos unidos quanto àquilo que é o objetivo de fundo, que é o de reduzir e eliminar a dependência do petróleo e do gás”, vincou João Gomes Cravinho, rejeitando que este novo pacote de medidas restritivas seja suavizado.

A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.

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