A crise energética provocada em grande parte pela guerra russa na Ucrânia está a obrigar muitos países a repensar os consumos de eletricidade e as fontes de energia. A Alemanha é um deles e decidiu manter as suas centrais nucleares a funcionar até abril de 2023, em vez de fechar em 2022, como planeado.
Numa carta a que a Reuters teve acesso, o Chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu aos ministros da economia, ambiente e finanças para avançarem com as alterações legais necessárias para garantir que as três centrais nucleares do país ainda ativas, a Isar II, Neckarwestheim II e a Emsland, permanecem operacionais até 15 de abril.
Inicialmente, as centrais nucleares iriam ser desativadas no final deste ano, uma vontade que se tem arrastado desde 2000 e que ganhou nova força em 2011, na altura do desastre em Fukushima.
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Os problemas com o fornecimento energético obrigaram a Alemanha a repensar as fontes energéticas, mas ainda assim há muitas vozes que se levantam contra o adiamento do fecho das centrais e há quem peça para que o parlamento rejeite a proposta do Chanceler.
Isto está a atrasar a criação do rascunho de lei para estender a produção de energia nuclear.
Caso se mantenha a produção de energia nuclear no país, o ministro do Ambiente, Steffi Lemke, já referiu que não haverá mais extensões a partir de abril de 2023.
As três centrais nucleares têm capacidade energética de 4300 megawatts (MW), representando 6% da produção de energia na Alemanha.