Durante anos, a Tesla foi considerada a cliente mais importante para o mercado do lítio. O facto de a marca de Elon Musk se focar exclusivamente no desenvolvimento de veículos elétricos permitiu que fechasse acordos muito vantajosos com empresas de mineração de lítio. Mas parece que poderá estar a ficar para trás agora que gigantes do mundo automóvel investem cada vez mais nos elétricos.
Se até há pouco tempo a Tesla conseguia fazer acordos de fornecimento de lítio a preço fixo durante vários anos, agora começa a hesitar na hora de assinar os contratos. Por outro lado, marcas como a Ford e a General Motors (GM) estão a fechar acordos vantajosos com vários fornecedores.
Em junho, a Ford anunciou uma parceria com a Liontown Resources que inclui um empréstimo à empresa de lítio de perto de 190 milhões de euros. Um mês depois, a Livent Corp, uma das maiores produtoras de lítio do mundo, disse que a GM vai avançar com um valor semelhante para um acordo de seis anos que arranca em 2025.
Por outro lado, Elon Musk tem recusado parcerias e propostas para adquirir empresas e minas de lítio de forma a garantir que tem lítio para a produção dos seus veículos elétricos, refere a Bloomberg.
Isto poderá representar um problema no plano da Tesla de reduzir custos e estabelecer uma refinaria de lítio no Texas.
Ainda assim, parece que o acesso a lítio por parte da Tesla no futuro próximo está garantido, já que por enquanto a empresa americana tem acordos de fornecimento com quatro grandes fornecedores.
Poderá estar prestes a nascer no Texas uma refinaria de lítio da Tesla
O mesmo poderá não acontecer no futuro agora que mais e mais construtores automóveis entram no mundo dos elétricos e procuram valores competitivos para o fornecimento de lítio.
É esperado que a procura por lítio aumente ao longo dos próximos anos, e há quem refira que não haverá matéria-prima suficiente para garantir as vendas de veículos elétricos planeadas para 2030.
A BloombergNEF, que faz estudos de mercado relacionados com a transição energética, já referiu que é esperada falta de lítio até 2026 para a produção de baterias para elétricos.