Nos Estados Unidos, continua acesa a troca de palavras entre a administração Biden e o fundador da Amazon, Jeff Bezos, a propósito do tema inflação e da forma como contê-la.
Recentemente Jeff Bezos acusou Joe Biden de induzir em erro os consumidores americanos, por lhes querer passar a ideia de que uma subida de impostos sobre as empresas e os mais ricos poderiam reduzir os custos dos produtos de consumo.
Agora, aquele que é considerado o terceiro homem mais rico do mundo volta à carga na sequência de um tweet feito pelo presidente americano sobre os preços dos combustíveis.
My message to the companies running gas stations and setting prices at the pump is simple: this is a time of war and global peril.
Bring down the price you are charging at the pump to reflect the cost you’re paying for the product. And do it now.
— President Biden (@POTUS) July 2, 2022
Joe Biden apelou diretamente às empresas que gerem postos de gasolina para baixarem os preços da gasolina (subiram para cerca de 5 dólares por galão em muitas partes do país – cerca de 1,26€/ litro), sublinhando que “este é um tempo de guerra e de perigo global”.
No seu tweet, Joe Biden foi claro e direto, ao exigir às empresas do setor que tomem uma medida urgente. “Baixem o preço que estão a cobrar nas bombas para refletir o custo que estão a pagar pelo produto. E façam-no agora”, escreveu o presidente.
Bezos, que já antes se manifestou contra as políticas de Biden de combate à inflação, voltou a não “perdoar”, utilizando também a rede social Twitter para dizer o que pensa. “Ouch. A inflação é um problema demasiado importante para que a Casa Branca continue a fazer declarações como esta. Ou é uma má orientação ou um profundo desconhecimento das dinâmicas básicas do mercado”, escreveu.
Ouch. Inflation is far too important a problem for the White House to keep making statements like this. It’s either straight ahead misdirection or a deep misunderstanding of basic market dynamics. https://t.co/XgKfEICZpk
— Jeff Bezos (@JeffBezos) July 3, 2022
E se em anteriores críticas Bezos levou resposta direta da parte da Casa Branca, que o acusa de querer proteger a sua riqueza e de minar os sindicatos, desta vez não foi diferente.
No passado fim de semana, a secretária de imprensa do governo americano, Karine Jean-Pierre, rejeitou as críticas do empresário, argumentando que os preços do petróleo tinham caído cerca de 15 dólares (14,34€) por barril no mês passado, ao passo que os preços nas estações de serviço pouco se tinham alterado.
Também no Twitter, Karine Jean-Pierre pareceu ser ainda mais direta na contraofensiva a Bezos, ao escrever que não acha surpreendente “que pense que as companhias petrolíferas e de gás, que utilizam o poder do mercado para colher lucros recorde à custa do povo americano, é a forma como a nossa economia deve funcionar”.
(Fotomontagem: Joe Biden/Associated Press e Jeff Bezos/GettyImages)