As novas ligações que vão ligar a Península Ibérica a França vão permitir apenas a circulação de hidrogénio verde e não gás, como inicialmente previsto. Para o primeiro-ministro, António Costa, Portugal passa a ter condições para ser produtor e exportador de hidrogénio produzido com energia renovável para o resto da Europa.
Foi durante a confirmação do acordo político entre Portugal, Espanha e França este mês, em Alicante, que António Costa afirmou que o país será mais do que importador e reexportador de energia, podendo também produzir e enviar o próprio hidrogénio para outros países europeus.
O acordo que foi agora confirmado e que tinha sido feito a 20 de outubro prevê um corredor de energia verde com duas ligações, uma por mar entre Barcelona e Marselha, chamada BarMar, e outra por terra, entre Celorico da Beira e Zamora, a CelZa.
Apesar de inicialmente acreditar-se que estas duas ligações iriam transportar gás numa primeira fase e depois hidrogénio verde, foi agora anunciado que apenas servirá para hidrogénio.
Este grande projeto que une França, Espanha e Portugal deverá ser financiado com fundos europeus, sendo que será apresentada uma primeira candidatura até 15 de dezembro, em Bruxelas.
Durante o encontro, que contou também com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o Presidente de França, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro português salientou que a Península Ibérica é um dos melhores locais da Europa para a produção de energias renováveis devido aos seus fatores naturais.
"E por isso temos preços mais baixos que outros países na produção da energia, designadamente solar. E isso torna particularmente competitivo o hidrogénio verde produzido na Península Ibérica e que, para além de satisfazer as necessidades próprias da Península, temos capacidade de sermos exportadores para o resto da Europa", acrescentou.