Energia

Percurso e ligação de novo gasoduto de Portugal para Espanha já definido

Primeiro-ministro garante que percurso de gasoduto em Portugal já está definido e trabalhos estão “muito avançados”
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António Costa assegurou ontem, dia 12 de agosto, que o percurso português do gasoduto para o centro da Europa já está definido, estando os “trabalhos muito avançados”, e afirmou que a Península Ibérica pode substituir "grande parte" do gás importado da Rússia.

“Nós temos os trabalhos muito avançados: são cerca de, creio, 160 quilómetros entre Celorico da Beira e o ponto da fronteira onde amarramos com a rede espanhola”, sublinhou António Costa, de acordo com a Lusa.

Sobre as palavras de Olaf Scholz, Costa considerou que a declaração do chanceler alemão foi “muito importante, porque reforça a pressão para que as instituições europeias desbloqueiem de uma vez por todas essa situação”.

António Costa (Foto: José S. Goulão/Lusa)

Costa afirmou que, no que se refere ao percurso português desse gasoduto, “houve dúvidas sobre o traçado” devido ao impacto ambiental que poderia ter, designadamente a travessia do Vale do Douro, que “é uma travessia muito sensível”.

“Há um traçado que agora está definido, cuidadoso, que protege os valores ambientais, que importa proteger também no Vale do Douro. Portanto, do nosso lado as coisas têm vindo a avançar, da Espanha também”, indicou.

O chefe do executivo recordou que “a existência desta interconexão da Península Ibérica com o resto da Europa é uma ambição antiga” de Portugal, que tem sido confrontada “com uma dificuldade, que são as limitações ambientais que a França tem invocado sobre o impacto do gasoduto na travessia dos Pirinéus”.

“A Comissão Europeia já colocou em cima da mesa a possibilidade de, se não for possível ultrapassar o bloqueio com a França, o ‘pipeline’ possa ter uma ligação direta de Espanha para Itália, de forma a chegar ao centro da Europa por via de Itália e não por via de França”, frisou.

O chefe do executivo afirmou que, apesar de nem Portugal nem Espanha serem produtores de gás natural, podem servir de “interfaces e porta de entrada” aos fornecedores via Atlântico, como é o caso dos Estados Unidos, Nigéria, Trinidad e Tobago, amarrando em Sines e, a partir daí, seguindo em ‘pipeline’”.

Portugal pode receber via ligação em Sines e abastecer a Europa

“No futuro, com a produção dos seus próprios gases – através de hidrogénio verde -, para já através de serem a plataforma logística para emissão de gás natural produzido noutros países”, sublinhou.

No entanto, uma vez que o gasoduto “não está construído amanhã”, Costa referiu que, até à sua concretização, Portugal já transmitiu à Comissão Europeia, mas também ao Governo alemão e polaco, a disponibilidade para utilizar o Porto de Sines “como uma plataforma logística que acelere a distribuição de gás natural por via marítima para os portos do norte e do centro da Europa”.

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