Energia

E se não houver gás natural para todos os países no próximo inverno?

Gás natural liquefeito tornou-se substituo do gás russo, mas poderá não haver suficiente para os próximos invernos
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Gasoduto Nord Stream 2 (foto: Michael Sohn/AP)
Gasoduto Nord Stream 2 (foto: Michael Sohn/AP)

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há quase um ano que os preços da energia atingiram máximos históricos e muitos foram os países dentro da Europa que se viram obrigados a desligar o aquecimento para controlar a fatura e a procurar alternativas para a energia.

A Rússia era dos principais exportadores de gás para a União Europeia (UE), mas com a guerra, os gasodutos começaram a ser fechados. Se em 2019, chegavam 191 mil milhões de metros cúbicos de gás natural russo, em 2022, o valor desceu para 90 mil milhões e a Wood Mackenzie estima que em 2023 serão apenas 38 mil milhões de metros cúbicos.

Gás natural - AWAY
Gás natural vinha maioritariamente da Rússia para resto da Europa (foto: Jean-François Badias/AP)

Se até há pouco tempo parecia impossível viver sem a energia russa, de repente tornou-se imperativo fechar a torneira e encontrar uma solução. Esta chegou na forma de gás natural liquefeito (GNL) com origem nos Estados Unidos, Qatar, entre outros.

Até recentemente, a UE optava por ignorar o GNL por este ser mais caro. No entanto, a necessidade obrigou o continente a virar-se esta alternativa, algo que teve um efeito ambiental negativo.

GNL na Alemanha - AWAY
Terminal de GNL na Alemanha (foto: Michal Sohn/AP)

Como explica a Energynews, anteriormente, eram os países asiáticos, como a Índia e o Paquistão, os principais consumidores de GNL. Mas com a UE tornar-se cliente neste mercado, estes países mais pobres deixaram de poder competir. As necessidades energéticas mantinham-se e, por isso, muitos viraram-se para o carvão.

O GNL obrigou também a que se criassem terminais portuários que permitissem levar o gás liquefeito para o estado gasoso, injetando-o depois nos gasodutos. A Alemanha instalou o seu primeiro em dezembro de 2022 e por todo o continente foram anunciados 26 novos.

Não há gás suficiente no mundo para substituir o russo

A corrida à compra de gás para armazenar foi grande em 2022 e, de acordo com uma especialista em gás citada pelo Energynews, se os dois primeiros meses de 2023 se mostrarem muito frios, poderá ser necessário aumentar a compra de GNL.

Gás no Qatar - AWAY
Produção de gás no Qatar (foto: Maneesh Bakshi/AP)

No entanto, poderá haver um problema. Não há, neste momento, gás suficiente no mundo para substituir as quantidades que eram exportadas pela Rússia.

Há novos projetos de GNL a nascer no Qatar, mas só deverão começar a produzir quantidades elevadas em 2025 ou até 2026.

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