Nunca o carbono esteve tão caro na Europa. Ou, melhor dizendo, nunca as indústrias e as empresas energéticas tiveram de pagar tanto para compensar o carbono que emitem na União Europeia, agora que o valor das licenças atingiu, pela primeira vez, os 100€ por tonelada.
O valor aplica-se à Licença de Emissão Europeia (EUA, na sigla original), principal moeda no Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS, na sigla original), o qual obriga os fabricantes, empresas energéticas e companhias aéreas a pagar por cada tonelada de dióxido de carbono emitido.
No fundo, a União Europeia (UE) estabelece um limite para a quantidade de CO2 que pode ser emitido (que diminui todos os anos) e as empresas precisam de ter uma EUA por cada tonelada de CO2 que emitem no prazo de um ano civil. Estas recebem ou compram estas licenças e podem até negociá-las.
O sistema foi criado para que a UE consiga cumprir os seus objetivos climáticos e funciona como uma espécie de incentivo, já que quanto mais os emissores tiverem de pagar para cobrir cada tonelada de C02 que produzem, mais compelidos se sentirão em investir em tecnologias de baixo carbono e em mudar para combustíveis menos poluentes.
A subida agora verificada no preço da EUA para 100€ por tonelada explica-se pela proximidade do mês de abril, data-limite para que as empresas comprem e apresentem licenças de emissão de CO2 suficientes para cobrir as emissões de 2022.
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A expectativa de tempo mais frio e baixa velocidade do vento, o que fez aumentar a procura por licenças por parte de produtores de energia que utilizam combustíveis fósseis, bem como a compra dessas licenças por especuladores, são outros fatores que provocaram a subida do respetivo preço.