Com o acentuar do frio no inverno e a rutura do fornecimento de gás russo à Europa através de gasodutos, a oferta deste combustível poderia ser reduzida entre 12% e 27%, segundo a Agência Europeia de Cooperação dos Reguladores da Energia (ACER, na sigla original).
Dados da Direção-Geral de Energia e Geologia referem que os países da União Europeia (UE), no segundo trimestre deste ano, importaram 6,5 mil milhões de metros cúbicos de GNL russo, o que representa 18% de todo o GNL importado na Europa.
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De acordo com o relatório da ACER, entidade que apoia as autoridades reguladoras nacionais para um correto funcionamento do mercado único europeu do gás e da eletricidade, todos os países europeus estão expostos a um risco de 10% de redução da oferta durante todo o inverno, sendo que num dia de pico essa redução pode chegar a 27%.
A agência assegura que a infraestrutura europeia de gás consegue oferecer a quantidade necessária para satisfazer a procura e que chega gás suficiente à UE. Já em caso de cenários de elevada procura e interrupção prolongada do fornecimento de gás russo, é possível uma diminuição da oferta.
É de destacar que a ACER informa que o atual nível das reservas da UE é um dos mais elevados dos últimos anos e que cumpre os objetivos que foram estabelecidos em 2021 no Regulamento de Armazenamento de Gás. Também está previsto que o armazenamento subterrâneo de gás no território dos Estados-membros esteja a pelo menos 80% este inverno e no próximo ano a 90%.
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Segundo a agência Lusa, em média, 18 dos 27 estados-membros da UE com instalações subterrâneas têm hoje o armazenamento a cerca de 87%. Em Portugal, a 21 de novembro último, as instalações de gás estavam a 96,4% da sua capacidade, o que é considerado acima da média comunitária e dos objetivos estipulados pela Comissão Europeia, de 70% em fevereiro e de 80% em julho de 2023.