- The Entrepreneurship Awards 2024 já tem vencedores
- Banco de Fomento investe mais de 35 milhões na Indico e Oxy
O relatório “Boosting Your Bottom Line Through Decarbonization”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a CO2 AI, revela que as empresas com melhores práticas de descarbonização a nível global, e que representam cerca de 25% do universo de organizações inquiridas, lucram mais de 200 milhões de dólares anuais.
Estes lucros, segundo a pesquisa, equivalem a mais de 7% das suas receitas totais, e são impulsionados pela redução dos custos de funcionamento, fruto de iniciativas centradas na eficiência, na redução de resíduos, na racionalização de materiais e da pegada ecológica, e na utilização de energias renováveis.
Contudo, e apesar do movimento de descarbonização oferecer benefícios financeiros atrativos às empresas, o inquérito (feito a 1864 executivos de empresas responsáveis por 45% das emissões globais de gases com efeito de estufa, de 16 setores de atividade e de 26 países), revela que o progresso corporativo neste domínio diminuiu comparativamente ao ano passado.
Constata-se que apenas 9% das organizações afirmaram desenvolver e comunicar relatórios abrangentes das suas emissões carbónicas de âmbito 1, 2 e 3, um decréscimo de 1 ponto percentual (pp.) face a 2023. Por outro lado, apenas 16% estabeleceram objetivos para a redução de emissões dos três âmbitos, e 11% conseguiram reduzir as emissões em linha com os objetivos definidos, com ambos estes parâmetros a sofrerem uma redução de 3% face ao ano passado.
Numa perspetiva geográfica, verifica-se que as empresas da América do Sul (15%) e da Ásia- Pacífico (12%) são as que reduziram mais as emissões em conformidade com os objetivos internacionais de descarbonização.
Todavia, as empresas na China (23%), no Brasil (20%), e na Índia (14%) destacam-se como líderes na redução de emissões de CO2. Pelo contrário, apenas 6% das empresas na Europa e 4% na América do Norte estão a diminuir as suas emissões de acordo com as metas globais para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Perante este cenário, Manuel Luiz, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa, salienta que “apesar da crescente relevância da sustentabilidade no mundo corporativo e das potenciais vantagens financeiras que a redução de emissões pode trazer, ainda poucas organizações estão a aproveitar estas oportunidades”. Complementa, afirmando que “o atual contexto de mercado tem levado a um retrocesso no processo de descarbonização das empresas a nível global, levantando alguns sinais de alerta, mas também oportunidades de melhoria”.
Este artigo foi escrito no âmbito da colaboração com o Link to Leaders