Energia

Cientistas fazem descoberta que "desafia os princípios da física e da química conhecidos até ao momento"

Esta descoberta científica abre caminho a aplicações tecnológicas revolucionárias
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EDP anuncia descida do preço da eletricidade (foto: Joy Singh/Pexels)
EDP anuncia descida do preço da eletricidade (foto: Joy Singh/Pexels)
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Um estudo internacional mostrou que a água pode tornar-se "extremamente condutora" de eletricidade e ter uma "enorme capacidade de armazenamento" de energia elétrica quando está em espaços nanométricos (minúsculos), noticiou a EFE na quarta-feira.

"Por um lado, (a água) torna-se extremamente condutora de eletricidade, nos níveis dos líquidos superiónicos (movem muito rapidamente), mas, ao mesmo tempo, desenvolve uma gigantesca capacidade de armazenamento de energia elétrica", refere a EFE com base numa investigação publicada na revista cientifica Nature.

A investigação mostrou que a água, quando confinada em espaços com apenas um ou dois nanómetros, o equivalente a uma dimensão um milhão de vezes inferior a um milímetro, adquire simultaneamente duas propriedades aparentemente contraditórias.

A investigação é um avanço em relação a outro estudo da mesma equipa, publicado na revista Science em 2018, que mostraram que a água confinada não conduzia eletricidade.

A descoberta "desafia os princípios da física e da química conhecidos até ao momento e abre caminho a aplicações tecnológicas revolucionárias", segundo os investigadores.

A chave para ligar as descobertas opostas reside na anisotropia, ou seja, a capacidade da água ter características diferentes dependendo da direção em que é medida.

O estudo de 2018 mediu a água de forma vertical às camadas confinantes e parecia não ter atividade, mas o novo trabalho mediu em paralelo e revelou o seu potencial.

O comportamento duplo criou as condições perfeitas para uma nova geração de tecnologias que podem ser aplicadas ao desenvolvimento de baterias e supercondensadores (dispositivos de armazenamento de energia) mais pequenos.

A investigação, liderada pela Universidade de Manchester (Reino Unido), permite também a criação de membranas para dessalinização (material usado para separar a água do sal e de outros minerais), a purificação de água e avanços na biomedicina.

Os dados experimentais inicialmente obtidos pelos investigadores eram mais um conjunto de sinais complexos e incompreensíveis, devido ao tamanho nanométrico dos espaços, onde estava a água.

O investigador do Departamento de Matemática Aplicada da Universidade de Granada (Espanha) e membro do grupo de investigação, René Fábregas, desenvolveu um modelo matemático capaz de dar coerência e significado aos dados experimentais, identificando, em simultâneo, a condutividade e o armazenamento da água.

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