Energia

Baterias de elétricos defeituosas podem ter segunda vida

A eVaz Energy descobriu uma forma de dar segunda vida a baterias antigas, usando-as no armazenamento de energia ou em outros tipos de mobilidade elétrica
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eVaz Energy
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Já alguma vez paraste para pensar o que é que acontece às baterias dos carros quando estas começam a perder a autonomia? Ou o que é feito daquelas baterias que nunca chegam a ser usadas porque não cumprem os standards da marca? Muitas vezes, esses packs são reciclados, triturados e retirados os metais para novas baterias. E isso é um desperdício de toda a energia utilizada no processo inicial.

A eVaz Energy foi uma das empresas que pudemos conhecer na Alfândega do Porto. Surgiu no mercado em 2018 com foco nos carregamentos públicos de veículos elétricos e, com o passar do tempo, começou a expandir horizontes e virou-se também para o segmento dos carregamentos privados.

Foi assim que entrou no mundo da economia circular e começou a dar uma segunda vida àquelas baterias que já não são usadas no mundo da mobilidade elétrica.

É importante que um carro consiga fazer todos os quilómetros indicados pelo fabricante. Por isso, muitas vezes, rejeitam packs porque não estão de acordo com os standards. (…) O que nós fazemos é uma reavaliação das células para ver se servem para outros tipos de mobilidade, como os barcos, ou para armazenamento de energia solar nas habitações e indústrias”, começa por dizer Daniel Monteiro, engenheiro mecânico na empresa eVaz Energy.

Atualmente, a empresa utiliza baterias da Volkswagen, da Nissan, da Renault, da BMW, da Mercedes e também de outros fornecedores mais pequenos e menos conhecidos. Compram as baterias e adaptam-nas conforme as necessidades dos seus clientes.

O negócio em si é sempre o mesmo: produzir baterias à medida da aplicação e das necessidades que vão suprir. São estes dois elementos que ditam o produto final, como explicou Daniel Monteiro.

Para habitações, o peso do módulo não é tão relevante, mas para os barcos já é. Também temos de ter em consideração as potências e voltagens que para as habitações podem ser mais elevadas, assim como para certos motores de barcos."

Baterias antigas (foto: Pexels)

As baterias degradam-se com os ciclos de utilização. Isto é tão certo para a bateria de um telefone, como para a de um carro, como para as que são montadas pela eVaz Energy. Como explicou o engenheiro mecânico, a solução que encontraram foi alterar os parâmetros das células de forma a que tenham uma maior durabilidade:

Limitamos a capacidade usada e dessa forma as baterias duram mais ciclos. Os nossos sistemas de informação também leem constantemente os dados de todas as células e dizem o state of health de cada uma. Caso alguma perca a sua vida útil, retiramos essa célula e substituímo-la. É do nosso interesse que durem o máximo de tempo possível para estarem na economia circular.”

Configurando os painéis, a eVaz Energy diz que consegue que uma bateria dure até 20 anos dependendo da aplicação que terá, assim como do número de módulos e da capacidade de cada um.

Neste momento, a empresa disponibiliza o serviço PowerBox, uma solução  que pode ser instalada na habitação ou numa empresa e que armazena energia proveniente dos painéis solares ou de períodos vazios de consumo. Desta forma, por exemplo, quem carrega o veículo em casa, consegue alguns quilómetros praticamente de graça.

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