Opinião
Alexandre Silveira
Alexandre Silveira trabalha na HP há três décadas, ocupando a função de Marketing Manager há 17 anos na empresa. Tem um profundo conhecimento do mercado de Tecnologias de Informação e Comunicação, tanto a nível nacional como internacional.

O estreito caminho da tecnologia e o ambiente

A indústria representa cerca de 25% das emissões de gases com efeito de estufa e o caminho a seguir está bem identificado
Texto
Alexandre Silveira, Diretor de Marketing HP
Alexandre Silveira, Diretor de Marketing HP

Na primeira metade do ano, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) atualizou o seu relatório sobre as medidas tomadas para mitigar os efeitos das alterações climáticas.

O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, no original em inglês) é uma organização criada sob a égide das Nações Unidas que reúne o esforço de cientistas e técnicos de diferentes paises e especialidades para analisar e produzir relatórios sobre as alterações climáticas. É a organização mais credível e independente que se dedica ao tema das alterações climáticas e é seguida atentamente por governantes e legisladores.

Sem serem uma novidade, as conclusões mais recentes continuam alarmantes, mas com uma pequena luz a cintilar ao fundo do túnel. De acordo com o IPCC, ainda estamos a tempo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% até 2030, mas não podemos esperar mais tempo.

A Indústria representa cerca de 25% das emissões de gases com efeito de estufa e o caminho a seguir está bem identificado: reduzir (utilizar materiais de forma mais eficiente), reutilizar e reciclar produtos em fim de vida.

O sector das TIs tem muitos exemplos de práticas a seguir na questão da sustentabilidade, a sua responsabilidade nesta área também é significativa. Na verdade, em muitos argumentos, são um exemplo a seguir: colocam a inovação também ao serviço da sustentabilidade, servem como referência para outros sectores, e permitem que esta inovação seja transposta de forma sustentável para outras Indústrias, como a automóvel por exemplo. A inovação tecnológica é, por si só, um catalisador de um maior respeito pelo planeta.

As grandes empresas do sector, mais expostas em termos mediáticos e de regulação, têm apresentado avanços significativos na redução e reutilização de materiais, na redução das emissões e nos volumes de materiais reciclados. O simples facto de as grandes empresas partilharem publicamente os seus objectivos de sustentabilidade produz dois efeitos positivos: por um lado assumem um compromisso público que será escrutinado, havendo um maior incentivo para que seja atingido. Por outro, servem como referência para as outras empresas do sector e de outras Indústrias.

Neste momento, as empresas mais avançadas neste campo comprometem-se a atingir uma operação neutral do ponto de vista das emissões de carbono em média num prazo de 8 a 18 anos, entre 2030 e 2040. Isto significa que querem compensar na totalidade as emissões das suas operações com a retirada desse volume de CO2 e reduzir significativamente a emissão de gases com efeito de estufa. Por outro lado, apresentam planos de introdução de produtos mais verdes e com programas de reciclagem que, no limite, pode atingir a totalidade dos componentes.

No domínio das pessoas e comunidades, as empresas líderes em sustentabilidade têm vindo a lançar programas que asseguram que todas as empresas da sua cadeia de fornecimento gerem os recursos humanos com respeito e dignidade e que investem na sua formação.

Finalmente, as empresas que lideram este tema contribuem para as comunidades onde se inserem, através de programas de formação, doações e voluntariado sobretudo para os segmentos mais vulneráveis e marginalizados.

Embora persista uma crença generalizada que o combate às alterações climáticas está sobretudo nas mãos dos Governos, a verdade é que todos os actores da sociedade têm um papel a desempenhar.

O problema é global e a solução está na mão de todos.

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