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Petróleo afunda 6,61% para 105,14 dólares por barril. Mas gasolina não desce

Nos EUA a queda foi ainda mais acentuada de 8,75%, descendo o crude para valores abaixo dos 100 dólares/barril
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Barris de petróleo (Foto: GettyImages)
Barris de petróleo (Foto: GettyImages)

A cotação do barril de petróleo Brent, de referência ao mercado nacional, terminou ontem, dia 14 de março, a negociação em Londres em baixa de 6,61%, para os 105,14 dólares por barril.

Depois de ter estado perto dos 140 dólares na semana passada (nível mais elevado desde a crise financeira de 2008), o Brent aliviou a cotação nos últimos dias, mas mostra uma certa instabilidade.

De acordo com a Lusa, a evolução do preço está a ser associada às negociações entre ucranianos e russos, bem como ao confinamento imposto pelo governo chinês à cidade de Shenzhen, com 17 milhões de habitantes, devido a mais um surto do novo coronavirus. Na segunda-feira, os representantes ucranianos e russos tiveram “negociações difíceis”, declarou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Brent nos Estados Unidos desce a 99,76 dólares/barril

O preço do barril de Brent negociado nos Estados Unidos desceu ontem, segunda-feira, dia 14 de março, dos 100 dólares por barril. Isto apesar de não existirem quaisquer avanços na paz nas conversações entre Ucrânia e Rússia.

O preço de referência para o mercado norte-americano (WTI), que fechou ontem nos 99,76 dólares, é influenciado, entre outros fatores, pela decisão da administração Biden ter dado ordem de libertação de milhares de barris das reservas, mas também de início de conversações com países produtores como (inédito) a Venezuela.

Analistas do OilPrices referem que esta queda de 8,75% ainda assim não mascara o facto da média atual de cotação situar-se mais de 30% acima deste valor.

Porque não desce a gasolina

O petróleo transacionado em março tem como data de entrega maio, mas então porque não desce o preço dos combustíveis?

À Lusa, um analista da XTB, Walid Koudmani, refere que estas discussões “suscitam otimismo”, mas acrescenta que a acalmia pode ser de curta duração, uma vez que as cotações podem voltar a ter um crescimento acentuado se ocorrer “um qualquer acontecimento relevante”.

Na verdade, a explicação é relativamente simples. Embora estranha de assimilar. O preço do barril de Brent é o início de todo processo. O petróleo é comprado internacionalmente e é esse preço que influencia (no caso de Portugal) cerca de um terço do valor do combustível PVP em bomba.

Como a gasolina e o gasóleo são feitos através da refinação de petróleo, há todo um processo, desde a compra, transporte, refinação, distribuição e rede de comercialização que influencia o preço final.

O petróleo é apenas uma das matérias primas e a sua cotação é influenciada pela oferta e procura, e, por isso tem enorme volatilidade quando ocorrem “problemas” nos países produtores. Para além disso, o preço dos combustíveis incorpora outras matérias que podem também ser afetadas quando há, por exemplo, uma crise como esta na Ucrânia.

Ou seja, apesar de ser possível realizar cálculos entre cinco dias a três dias para estimar os preços dos combustíveis, o fator “preço do barril de Brent” influencia o preço que as gasolineiras pedem “na próxima semana”, mas que, na verdade, é o preço com que esse petróleo chega a Portugal… daí a mais ou menos dois meses.

Simplificando. Poderão existir alívios nos próximos dias, mas só se a tendência de descida se mantiver durante toda a semana. O mercado reage mais depressa à subida do que á descida do preço do petróleo...

 

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