Os coalas são das espécies mais emblemáticas da Austrália. Mas estes animais estão em risco e, em 2022, a sua população foi classificada como ameaçada. Na origem do problema estão dois grandes fatores: uma infeção sexualmente transmissível (IST), a clamídia, e as alterações climáticas.
Da mesma forma que se transmite entre seres humanos, a clamídia também se está a espalhar pelos coalas e está a provocar cegueira e infertilidade na espécie. Mesmo os medicamentos que ajudam a tratar a infeção podem interferir com o sistema digestivo dos animais e conduzir à morte, não sendo por isso a melhor solução.
Casos de clamídia nos coalas sempre existiram. O problema é que a incidência tem vindo a aumentar. Em 2008, cerca de 10% de uma população de Gunnedah tinha sido diagnosticada com a IST. Em 2015, a percentagem subiu para 65% e em 2021 atingiu os 85%, cita a CNN internacional.
As fêmeas que apanham clamídia, normalmente, acabam inférteis o que impacta a população de coalas, já que não nascem novos animais.
O aumento de casos de IST nos coalas tem um grande incitador, as alterações climáticas.
A Austrália tem sofrido muito com o aquecimento global que tem provocado grandes secas, ondas de calor e, consequentemente, grandes fogos florestais que têm destruído habitats inteiros.
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Os coalas são duplamente impactados por este problema. Por um lado, a perda de habitats e a falta de alimento e água estão a matar os animais. Por outro, mesmo quando tal não acontece, os níveis das hormonas de stress nos coalas sobem exponencialmente impactando o seu sistema imunitário e fazendo com que a infeção por clamídia se espalhe muito mais depressa.
Medidas para salvar os coalas
A Austrália está a trabalhar para evitar que os coalas desapareçam. Até porque se nada for feito, em 2050, estes marsúpios podem estar extintos, refere a ABC News.
A secção de New South Wales do partido trabalhista australiano propôs, no seu plano eleitoral, a construção de um parque nacional para coalas na região de Sidney. A escolha da localização não é aleatória. É aqui que se encontra uma das poucas populações selvagens de coalas sem casos de clamídia.
Uma zona protegida com animais saudáveis pode ajudar a que nasçam mais coalas, o que pode ajudar a salvar a espécie.
Além da possível criação de um parque para coalas, os cientistas estão ativamente a vacinar os animais contra a IST, uma medida que pode ajudar a reduzir os casos de infeção.
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Ainda assim, há um problema que não se resolve com vacinas ou medicação. As alterações climáticas continuam a ter impacto não só nos coalas como em outras espécies animais. A única forma de mitigar a questão é conseguirmos controlar a subida das temperaturas e o impacto do ser humano no ambiente.