Portugal continua em seca meteorológica, sendo que 95,5% do território está em seca severa ou extrema. O anuncio foi feito pelo Governo através de um despacho publicado em Diário da República, a 3 de março, no mesmo dia em que se debateu no parlamento o problema da seca.
De acordo com o diploma, segundo o índice PDSI – Palmer Drought Severity Index, em fevereiro a situação agravou-se. Assim, 29,3% do território está na classe de seca severa e 66,2% na classe seca extremo, estando mais de 260 concelhos numa destas duas situações.
Seca em Portugal é estrutural
A discussão no Parlamento que se deu a 3 de março teve também como foco a seca meteorológica no território português e a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, referiu que o despacho já publicado iria permitir acionar medidas de apoio.
O ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, também falou e garantiu que a água para consumo humano está assegurada para os próximos dois anos, mas deixou um alerta: "A seca em Portugal não é conjuntural, é estrutural”, referiu no início do debate."
O ministro acrescentou ainda que no sul já se sente a escassez e que no norte ela é “cada vez mais rarefeita”.
Desde o final de 2021 que a ausência de chuvas tem provocado a descida do volume de armazenamento em grande parte das bacias hidrográficas, o que obrigou o governo a restringir a utilização de cinco barragens para a produção de energia e para regas.
Janeiro e fevereiro com 1741 incêndios, novo máximo desde 2012
Por isso, e também durante o debate no Parlamento, o ministro do Ambiente e Ação Climática frisou que vai haver um aumento nos investimentos em abastecimento e saneamento de 875 milhões de euros para mais de mil milhões de euros no próximo Quadro Comunitário de Apoio.
Haverá também 14 vezes mais fundos para apoiar a reutilização de águas residuais.
Em relação à construção de novas barragens, Matos Fernandes mostrou-se contra, referindo apenas que a única que o país necessita neste momento é para regular o caudal do rio Tejo.
(Fotos: Associated Press, Unsplash e Nuno Veiga/Lusa)