O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse hoje que a solução imediata para Avenida Almirante Reis passa por “acabar com metade da ciclovia”, ressalvando que a longo prazo deve existir um projeto de reperfilamento desta artéria.
Na reunião pública do executivo camarário, Carlos Moedas explicou que vai se “retirar já uma parte daquela ciclovia para escoar o trânsito” de forma a resolver temporariamente uma porção do problema. Assim, a ciclovia do sentido ascendente vai ser retirada para que haja duas faixas para automóveis. Toda a ciclovia ficará por agora no sentido descendente.
A longo prazo, a avenida deverá ter duas faixas de cada lado e, depois, poderá ter a ciclovia. Para tal, será necessário um projeto de reperfilamento da Almirante Reis.
O tema foi levantado pelo vereador do PS Pedro Anastácio que recordou a posição de Carlos Moedas de “acabar com a ciclovia” e que a proposta de eliminação de uma parte da ciclovia não é nova, é inclusive “um caso de plágio” da solução inicial apresentada pelo anterior executivo municipal.
Em resposta, Carlos Moedas afirmou que “o que se passou na Almirante Reis durante o mandato do anterior executivo foi não ouvir as pessoas”, defendendo que pretende ouvir os habitantes e “não tomar uma decisão vertical do presidente da câmara”.
O autarca realçou as sessões de participação pública realizadas neste âmbito que juntou mais de 200 pessoas em cada, e em que o grande problema identificado na Almirante Reis estava na saída de carros da cidade e na necessidade de ter duas faixas para cada sentido numa via que é realmente importante para a mobilidade na cidade de Lisboa.
Manifestando-se disponível para acolher os contributos da oposição, o presidente da câmara disse que é preciso trabalhar “nesse sonho de uma Almirante Reis que seja uma nova Avenida da Liberdade, que tenha duas faixas para cima, duas faixas para baixo, e que consiga ter também as ciclovias necessárias”, sem esquecer o desafio de descarbonizar a cidade.
Neste âmbito, o município está a trabalhar numa solução a longo prazo que irá mudar toda a Almirante Reis.
(Fotos: António Cotrim e Miguel A. Lopes/Lusa e Daniel Arrhakis/Flickr)