Cidades

Abate de 250 hectares de pinheiros-bravos nas dunas de Ovar irá avançar

Inquérito pedido pelo Governo concluiu que corte de pinheiros-bravos não estava a incorrer de nenhuma irregularidade
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Abate de pinheiros em Ovar
Abate de pinheiros em Ovar

Um inquérito levado a cabo pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sobre eventuais incumprimentos no corte de arvoredo nas dunas de Ovar concluiu que as ações estão de acordo com o previsto e podem avançar. Em causa estava o corte de 250 hectares de pinheiros-bravos no litoral do concelho de Ovar.

Foi em janeiro de 2022 que as contestações contra o corte de árvores do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar começaram a surgir. A intervenção, que começou em 2017 e que foi consignada no Plano de Gestão Florestal (PFG) do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar 2016-2026, prevê, até 2026, o abate de cerca de 10% dos 2584 hectares do pinhal criado na década de 1930 para evitar o avanço marítimo.

O PFG foi elaborado pelo ICNF, responsável pela gestão dos terrenos do pinhal, e pela Câmara Municipal de Ovar. O perímetro florestal é propriedade da CM de Ovar, juntamente com as juntas de freguesia de Esmoriz, Cortegaça, Maceda e Ovar.

A cadência de abate é de 1% da área por ano e a cadência deverá continuar para além de 2026.

A medida não prevê replantação por mão humana, esperando-se que haja reflorestação espontânea, facto que também provocou preocupação, já que há quem acredite que isto possa levar ao surgimento de espécies invasoras.

Desde 2017, já foram desbastados 129,4 hectares, mas só em janeiro deste ano é que começaram a surgir mais vozes contra o abate das árvores. Uma das principais preocupações levantadas pela população e associações ambientais prendia-se com o facto de estarem a ser cortadas árvores a menos de 500 metros da linha do mar, na faixa que deve ser mantida por proteger dos avanços marítimos.

Face a toda a contestação pública, em fevereiro, o Governo suspendeu o abate por um período de 30 dias. Durante este período, o Ministério do Ambiente solicitou ao ICNF uma avaliação das operações em curso para que se percebesse se estariam em conformidade com as leis e regulamentos.

O relatório foi agora divulgado pelo ICNF e a principal conclusão é que os cortes previstos e em execução estão de acordo com o previsto, não tendo sido detetadas irregularidades no processo de venda, e, por isso, o abate de árvores poderá avançar.

De acordo com o documento, o instituto refere que há dois talhões que estão dentro da faixa dos 500 metros em relação ao mar, no entanto “não possuem funções de proteção contra a erosão da linha de costa”. Isto acontece porque há uma área urbana entre o arvoredo e o mar.

É referido ainda que o que está previsto no PGF tem como objetivo promover a existência de árvores de várias classes de idade e renovação dos povoamentos.

Foi ainda anunciado que, face à contestação, o ICNF reconhece a necessidade de garantir a harmonização das áreas de produção florestas que estejam em zonas de interface urbano-florestal. Para tal, propõe uma norma técnica que “materializa a adoção de uma estratégia que maximiza a contribuição dos PGF para os objetivos de valorização dos recursos florestais e dos ecossistemas a eles associados”.

(Fotos: Captura Facebook Câmara Municipal de Ovar, Pexels e Unsplash)

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