Mas afinal do que é que se trata quando estamos a falar de condução autónoma?
E o que são veículos autónomos? Sem condutor? Vamos andar todos na estrada sem conduzir? Mas não batem uns nos outros? É seguro?
Este foi o tema da rubrica AWAY Magazine no programa de informação Esta Manhã da TVI a 20 de dezembro.
Já fizeste uma ou mais perguntas deste tipo? Vamos então ajudar a perceber.
A condução autónoma está catalogada em cinco níveis consoante o grau de autonomia do veículo motorizado
Nível 1: Condução assistida
O nível mais simples de condução autónoma é aquele que tem vindo a popularizar-se como equipamento de série em praticamente todos os carros novos vendidos atualmente.
Trata-se dos sistemas de apoio à condução como por exemplo o controlo de velocidade adaptativo (que permite definir e manter uma distância em relação aos veículos da frente), o sistema de leitura/reconhecimento dos sinais de trânsito e a travagem de emergência.
Ou seja, no nível 1, a autonomia considerada funciona muito mais como alerta do condutor.
Nível 2: Condução semi-automatizada
Tal como no nível 1, o condutor, no nível 2, tem que estar sempre com as mãos no volante para cumprir o legalmente estabelecido. Neste nível o processamento central do carro auxilia com travagem ou aceleração, por exemplo e pode ajudar no pára-arranca no trânsito.
O Tesla AutoPilot, por exemplo, é considerado condução autónoma nível 2 e não permite que o condutor esteja com outras "tarefas" enquanto está ativado.
Recentemente alguns construtores mencionam uma espécie de nível 2.5 que indica que é possível estacionar o carro remotamente por exemplo, controlando via chave (como em alguns BMW por exemplo) ou via Smartphone.
Nível 3: Condução automatizada
A Mercedes foi a primeira marca, na Europa, a obter um certificado que lhe confere autorização para oferecer funcionalidade de nível 3 nos seus carros (ver aqui). E porque é que foi necessário? Porque neste nível o condutor já pode estar ocupado com outras tarefas enquanto o veículo se desloca… sozinho!
No nível 3 o automóvel pode decidir ultrapassar, travar ou até evitar acidentes, de uma forma autónoma, sem intervenção do condutor. Este, poderá estar ao telemóvel, a ver mensagens ou mexer nos sistemas de info-entretenimento sem problemas. Mas atenção porque o nível 3 ainda exige que o condutor esteja sempre sentado por trás do volante. Se o sistema necessitar o condutor tem de estar sempre preparado para assumir o controlo.
Nível 4: Veículo com condução completamente automatizada
Este é o nível dos robotáxis (ver aqui projeto BAIC) ou veículos públicos de transporte sem condutor (como o Aurrigo no Reino Unido), ainda que em zonas controladas. É um sistema completamente integrado onde os veículos operam sem necessidade de condutor ao volante.
O nível de autonomia permite que façam trajetos previamente programados em zonas delimitadas. O condutor que deixa de o ser verdadeiramente pode até dormir ou ler um livro pois não tem ação com a viagem.
Estão nesta categoria alguns projetos como o ID.Buzz e os robotáxis em Berlim.
Nível 5: Condução autónoma
Veículos que não tem necessidade de condutor, nem sequer volante e que são completamente autónomos, conseguindo progredir na estrada, convivendo com outros veículos, sem qualquer ação humana (ver Baidu).
Na condução autónoma, encaixam-se os novos veículos 100% autónomos e alguns drones de serviços e apoio (ver projeto da Hyundai). O carro deixa de ter a imagem atual e passa a poder ser um escritório, zona de lazer e apenas um meio para ir do ponto A ou ponto B (ver BMW circular).
Não há uma data definida para cada uma das fases, mas todos os dias nascem projetos que tentam mostrar as potencialidades deste tipo de tecnologia.