Em 2001 uma geração de fãs automóveis despertou para o óxido nitroso (NOS) através do icónico filme de carros “Velocidade Furiosa”. Nessa altura prometia milagres nos motores, mas nem tudo correu bem. Agora, o problema regressa e parece que o NOS novamente está a ser usado de forma errada.
O óxido nitroso é de facto um gás que é utilizado em alguma indústria automóvel, mas a sua utilização mais frequente é em situação hospitalar, onde tem aplicação como analgésico e não deve ser utilizado fora desse contexto.
Na indústria automóvel a sua aplicação é essencialmente recreativa e não existe qualquer autorização de utilização na via pública como o fenómeno do tuning no início do milénio fazia crer. O “nitro” como foi batizado permitia quase de forma mágica dar potência extra aos motores e o carro ganhava velocidade instantânea.
Simplificando o conceito, na verdade, o que o NOS faz é aumentar de forma exponencial o oxigénio que entra nos cilindros o que, de forma simplista, provoca uma explosão de energia adicional que "assegura" assim uma resposta imediata e "mais potente" do motor. Em teoria...
Óxido nitroso em festas de rua
O grande problema do óxido nitroso atualmente parece já não estar na má utilização fora do contexto recreativo automóvel, mas sim, numa nova e perigosa atividade, que já envolve distribuição e venda de forma e para fins ilegais.
Conforme um documento hoje publicado pelo Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês) o problema parece estar na crescente utilização do óxido nitroso como droga alucinogénia, estando-se a verificar situações em que o consumo do mesmo está a provocar intoxicações, entre outras complicações.
Refere o relatório que o “gás hilariante” como também é conhecido, está a começar a ser vendido na rua para festas e atividades onde a sua utilização coloca a saúde em risco. Em Portugal parece ser ainda em pequena quantidade, mas está a ser alvo de alerta pelas autoridades.
O problema é que uma pequena botija (de até 8 gramas) é relativamente simples de adquirir, até em algumas superfícies comerciais para, por exemplo, encher balões para festas. Daí a ser utilizado para “fazer rir” é um pequeno passo e esse pode vir a ser um problema para a saúde dos utilizadores.
E o maior problema é que começa a ser muito frequente encontrar anúncios de internet onde esse produto é anunciado (e até em botijas de 15 Kg) como… uma vez mais… milagroso.
Em setembro deste ano, o "gás hilariante" passou a integrar a lista de substâncias psicoativas proibidas, sendo proibida a distribuição e venda deste produto.