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Manifesto com mais de 3 mil assinaturas pede fim de portagens nas ex-SCUT

Documento salienta que fim das vias sem custos teve impacto negativo não só a nível económico como demográfico
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Autoestrada A25
Autoestrada A25

Numa nova tentativa de se eliminar as portagens nas antigas vias sem custos para o utilizador, conhecidas como SCUT, no Interior, a Plataforma P’l Reposição das SCUT A23 e A25 esteve a recolher assinaturas para a causa. Só em setembro, o manifesto “Juntos Reclamamos a Reposição das SCUT no Interior” conseguiu 3124 assinaturas.

Foi durante o Fórum de Participação Cívica, na Covilhã, organizado pelo organismo, que o número foi divulgado. Nesta mesma sessão, os presentes aprovaram uma deliberação que volta a exigir a abolição das portagens nas ex-SCUT, sendo que esta deve ficar inscrita no Orçamento do Estado para 2023.

O manifesto irá ser apresentado ao Ministério das Infraestruturas e é acompanhado por uma nova avaliação dos impactos das portagens no interior do país. No documento, é referido que o fim das SCUT tornou as deslocações do interior para o litoral “incomportáveis”, o que agravou os indicadores demográficos de envelhecimento da população e o despovoamento e debilitou a economia, refere a Lusa. 

Caso não se consiga chegar a uma solução durante a reunião com o Ministério das Infraestruturas, a Plataforma irá convocar as ações que considerar necessárias, como marchas lentas e buzinões na Covilhã, Fundão, Castelo Branco e Guarda, ainda no mês de outubro. Fica também em cima da mesa a realização de uma marca lenta no início de novembro.

O impacto do fim das SCUT na economia foi também referido pelo investigador e professor João Pereira dos Santos, da Universidade de Lisboa, que apresentou os resultados mais recentes de um estudo científico que aponta os “efeitos causais” da introdução das portagens na performance das empresas.

Através de uma intervenção via online, João Pereira dos Santos referiu que quando as portagens entraram em vigor, as empresas localizadas em territórios servidos pelas vias sem custos tiveram menos vendas e também lucros mais baixos. Consequentemente, houve menos contratações.

O estudo em questão analisou dados oficiais das empresas entre 2011 e 2016, altura em que já se pagava portagens nas ex-SCUT, e comparou-os cm resultados anteriores.

A Plataforma P'la Reposição das SCUT nas autoestradas A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.

(Fotos: D.R./AWAY)

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