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Custo de obra de expansão do Metro de Lisboa derrapa mais de €222,8 milhões

Pandemia e efeitos da guerra na Ucrânia provocam “aumento abrupto dos preços”, o que, segundo o Governo, justifica o novo orçamento
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Metro de Lisboa (Foto: Cornelius Kibelka/Flickr)
Metro de Lisboa (Foto: Cornelius Kibelka/Flickr)

As obras em três linhas do Metropolitano de Lisboa vão custar mais 222,8 milhões de euros do que a estimativa inicial, devido à subida generalizada de preços, de acordo com duas resoluções publicadas em Diário da República.

Em causa está a expansão da linha Vermelha, cujo custo revisto será de 405,4 milhões de euros, quando em novembro de 2020 foi orçada em 304 milhões de euros, assim como o prolongamento das linhas Amarela e Verde para formar uma linha circular. Em 2018 esta obra tinha um investimento previsto de 210 milhões de euros, mas, entretanto, subiu para 331,4 milhões de euros.

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Metro de Lisboa (Foto: Jorge Franganillo/Flickr)

As resoluções do Conselho de Ministros, assinadas pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, justificam a revisão do investimento, no caso da linha vermelha, com a "atualização de preços ocorrida entre a conclusão" do estudo de viabilidade, em novembro de 2020, e "o momento em que se estima iniciar o procedimento de contratação pública da empreitada, em 2022", o que se traduz num "acréscimo ao custo total do investimento de 101,4 milhões de euros".

Relativamente ao prolongamento das linhas Amarela e Verde, o plano tinha um custo inicial de 210 milhões de euros, mas que foi revisto em junho de 2021 para 240 milhões de euros, na sequência de "vicissitudes que determinaram um acréscimo dos custos envolvidos na concretização dos diversos empreendimentos", fundamentado "na alteração do mercado de construção e obras públicas", aliado "aos tempos dos procedimentos da contratação pública em causa", o que tornou os valores anteriormente autorizados "insuficientes".

Agora, o Governo justifica a revisão do investimento para 331,4 milhões de euros com "várias vicissitudes" no decurso das obras que não podiam ser antecipadas, "como singularidades geológicas não detetadas nas sondagens efetuadas e desconformidades entre os levantamentos cadastrais e as prospeções que antecederam as obras", o que obrigou "a desocupações temporárias, expropriações e reforços de construções existentes".

Metro de Lisboa - AWAY
Metro de Lisboa (Foto: Ingolf/Flickr)

"Atualmente, e considerando que as dificuldades nas cadeias de abastecimento e as circunstâncias resultantes da pandemia da doença covid-19, da crise global na energia, assim como os efeitos da guerra na Ucrânia provocaram um aumento abrupto dos preços das matérias-primas, dos materiais e da mão-de-obra, com especial relevo no setor da construção, o que gerou o crescimento súbito e imprevisível dos preços", justifica ainda o executivo.

A expansão da linha Vermelha do Metro de Lisboa entre São Sebastião e Alcântara, com quatro novas estações – Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara – é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência em 304 milhões de euros e 101,4 milhões de euros através de "verba inscrita ou a inscrever" no ano de 2026.

Já o prolongamento das linhas Amarela e Verde – criação de uma linha circular com as novas estações Estrela e Santos e o prolongamento da estação do Rato (linha Amarela) até à estação do Cais do Sodré (linha Verde) – é financiado em 103 milhões de euros pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). O Fundo Ambiental contribui com 137,2 milhões de euros e 91,2 milhões de euros são provenientes do Orçamento do Estado.

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