Pode parecer uma ideia simples, mas só depois de executada vemos o quão brilhante foi esta ideia. Em Veneza, Itália, foram instaladas barreiras de vidro em redor da Basílica de São Marcos para evitar estragos maiores provocados pelo sal e água.
Um dos monumentos mais importantes de Veneza passa a ter as colunas de mármore e os valiosos mosaicos protegidos por um conjunto de barreiras de vidro instaladas ao redor da igreja, com passadiços em madeira para os turistas.
Veneza tem um problema singular já que toda a cidade tem a água, os canais e a ligação ao mar como parte integrante da sua cultura. Mas o que a torna única e bela é um problema para os monumentos.
As inundações e marés altas provocam estragos, mas mais do que os problemas ocasionais é a persistência do contacto com a água e sal que estraga as pedras seculares.
Mesmo depois de evaporar, a água deixa para trás cristais de sal que corroem as bases de mármore das colunas e os mosaicos do piso - refere Mario Piana, arquiteto e restaurador responsável pela Catedral de São Marcos, em declarações à Associated Press.
As novas barreiras são feitas de vidro montadas sobre uma base de concreto armado que está enterrada sob a calçada da famosa Praça de São Marcos para resistir à força da água. Piana disse que o sistema pode manter até 1,10 metros de água na praça, o equivalente a uma maré de 1,90 metros acima do nível do mar.
Veneza tem problemas com a erosão
Construída sobre pilhas de troncos entre canais, a palaciana cidade de Veneza enfrenta inundações desde a sua fundação, há 1.600 anos. Mas, como outras áreas costeiras, o aumento do nível do mar e o clima mais extremo que os cientistas associam à mudança climática significam marés altas mais frequentes.
Embora a basílica tenha sido construída no que era um dos pontos mais altos de Veneza na época, agora fica em um dos pontos mais baixos da cidade devido ao aumento do nível do mar.
Veneza corre risco constante de inundação. Conhece aqui o sistema de proteção da cidade
Como resultado, São Marcos recebe mais inundações do que a maioria dos lugares e permanece vulnerável, apesar da ativação das barreiras subaquáticas ao redor da cidade em 2020 para proteger Veneza de inundações de mais de 1,3 metros.
As enchentes que entram na basílica também acontecem com frequência fora da estação, tornando-a ainda mais vulnerável e pressionando as autoridades a criar as novas barreiras de vidro como defesa.