Foi através do Facebook que a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, de Lisboa, afirmou, em comunicado, que se opunha às possíveis filmagens para uma produção para a Netflix que poderão ocorrer durante oito noites e dois dias, em julho.
As filmagens, que deverão ser levadas a cabo entre as 18h e as 8h de oito noites e também durante dois dias, pela produtora Ready to Shoot, e que recorrem a efeitos de fogo, colisões e perseguições de automóveis e motas, entre outros efeitos, irão interferir com o direito ao descanso e mobilidade dos moradores da Mouraria, Baixa e Chiado, as zonas contempladas.
“Está em causa o direito ao descanso dos moradores, assim como os direitos de circulação, acesso e estacionamento, em consequência da ocupação massiva que as filmagens acarretam”, pode ler-se no Facebook da Junta.
À CNN Portugal, o presidente da Junta, Miguel Coelho, explicou que a autorização para as filmagens é feita pela Lisbon Film Comission e pela Câmara Municipal de Lisboa e que a Junta de Freguesia, para além de dar o seu parecer, não tem qualquer poder de veto.
"Disse-lhes imediatamente que não concordava com o plano, uma vez que aquela intensidade das filmagens iria ter um impacto enorme na freguesia e seria uma agressão muito grande para aqueles que ainda resistem e moram nesta freguesia”, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior à CNN Portugal.
Miguel Coelho, que está à frente da Junta há oito anos, referiu que de todas as vezes que houve filmagens na zona, os moradores queixaram-se do impacto que estas tinham no seu dia a dia.
As filmagens ainda não são certas. À CNN Portugal, a autarquia de Lisboa referiu que o tema está a ser analisado pela Câmara, em estreita articulação com as Juntas de Freguesia envolvidas.
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