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Transtejo comprou nove barcos incompletos sem baterias elétricas

Contrato adicional de compra de baterias para nove dos dez novos barcos elétricos chumbado pelo Tribunal de Contas
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Barco Soflusa (foto: J. Rocha/Flickr)
Barco Soflusa (foto: J. Rocha/Flickr)

Um contrato no valor de 15,5 milhões de euros celebrado pela Transtejo/ Soflusa para a compra de baterias para nove barcos, que se seguiu a um outro para a aquisição, por 52,4 milhões de euros, de dez novos navios com propulsão elétrica, está a causar uma revolução na empresa que assegura as ligações fluviais no rio Tejo.

Tudo porque um relatório do Tribunal de Contas (TdC) acusa a Transtejo/ Soflusa de "faltar à verdade" e de práticas ilegais e irracionais, pelo facto de esta ter decidido comprar nove barcos elétricos sem as respetivas baterias.

“A Transtejo comprou um navio completo [ndr. com baterias] e nove navios incompletos, sem poderem funcionar, porque não estavam dotados de baterias necessárias para o efeito. O mesmo seria, com as devidas adaptações, comprar um automóvel sem motor, uma moto sem rodas ou uma bicicleta sem pedais, reservando-se para um procedimento posterior a sua aquisição”, lê-se no documento do TdC, citado pela Lusa.

Imagem dos novos barcos elétricos - AWAY
Barcos Transtejo (foto: Arquivo/AWAY)

Perante o referido relatório, a administração da Transtejo/ Soflusa pediu a exoneração, entretanto aceite pelo Governo. Em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática fez saber que “em breve” irá anunciar a nova administração da empresa.

A ainda presidente do conselho de administração da Transtejo/ Soflusa, Marina Ferreira, já veio esclarecer que não houve qualquer “intenção de lesar o Estado” e que a decisão de celebrar um contrato adicional para a compra das baterias para os nove barcos “foi razoável do ponto de vista da gestão” e promoveu o interesse público.

Sobre o que motivou a aquisição das baterias à parte, Marina Ferreira explicou que o processo foi iniciado em 2019 “num contexto totalmente diferente”, pois nessa altura “o preço das baterias estava a descer vertiginosamente”.

“O prazo das baterias é bastante mais curto do que o dos navios porque as baterias são consumíveis. Não foi uma experiência. Foi a necessidade de precaver, como os navios só iam ser entregues anos depois, caso o preço das baterias mantivesse aquela tendência de descida, não fôssemos comprometer-nos com um valor que passado poucos anos estivesse um quarto ou um quinto do preço”, justificou.

Marina Ferreira negou ainda a ideia de que os navios elétricos seriam entregues sem as baterias, apesar de os processos de aquisição terem sido tratados de forma separada, e mostrou-se confiante em tê-los disponíveis no final do ano.

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