Sustentabilidade

Seca e consumo de água faz com que Great Salt Lake esteja a desaparecer

Baixos nível de água expõem leito do lago, algo que tem impacto na saúde das pessoas e na vida selvagem da zona
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Great Salt Lake está a encolher (Foto: R. Bowmer/AP)
Great Salt Lake está a encolher (Foto: R. Bowmer/AP)

Depois de duas décadas a enfrentar secas, o Great Salt Lake – em português, o Grande Lago Salgado - do Utah, nos Estados Unidos, registou este mês os níveis de água mais baixos de sempre. O facto de este grande lago estar a encolher representa grandes ameaças tanto a nível ambiental como económico.

O registo dos níveis de água no Great Salt Lake começaram em 1847 e desde então nunca se tinham verificado valores tão baixos como os de 3 de julho, quando a água estava a 1277 metros acima dos níveis do mar, pouco mais de um quarto do volume máximo alguma vez registado, refere a Reuters citando dados do U.S. Geological Survey. Estes valores podem descer ainda mais até ao outono.

Já há alguns anos que a linha da água tem regredido, sendo que, de acordo com a Reuters, neste momento já estão dois mil quilómetros quadrados do leito do lago à mostra – uma área superior à cidade de Londres.

Seca no Great Salt Lake (Foto: R. Bowmer/AP)

Isto tem acontecido especialmente por duas razões: por um lado a seca que tem sido exacerbada pelas alterações climáticas. Por outro, o facto de a água que deveria acabar no lago ser desviada para a agricultura e para uso humano e industrial.

O impacto dos baixos níveis de água no Great Salt Lake

O facto de o fundo do lago começar a ficar exposto poderá ter impacto direto na saúde das pessoas, já que a terra, que tem cálcio, enxofre, arsénico, assim como resíduos de cobre e mineração de prata, se for inalada ao longo de vários anos pode conduzir a um aumento no risco de contrair várias doenças, como alguns tipos de cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras.

Devido aos baixos níveis de água, Salt Lake City, uma das cidades mais próximas do lago, tem enfrentado tempestades de pó que, de acordo com os especialistas, podem tornar-se mais frequentes e intensas.

Great Salt Lake (Foto: U. Prajapati/Unsplash)

Mas o impacto não fica por aqui. A fauna da zona também está em risco com a menor quantidade de água. Estruturas semelhantes a recifes que abrigam micro-organismos secam quando expostos ao ar. Estes micro-organismos são o principal alimento dos camarões que, por sua vez, são comidos pelos cerca de 10 milhões de pássaros que migram ou vivem o ano inteiro no Great Salt Lake.

Os camarões são também apanhados e utilizados na indústria de salmoura que vale cerca de 2 mil milhões de euros por ano.

Mas qual será a solução? O governador do Utah, Spencer Cox, assinou onze leis para conservação da água. No entanto, a melhor maneira de resolver a questão passa por reduzir o consumo de água por parte da agricultura, indústria e municípios de forma a que mais água seja depositada no Great Salt Lake.

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