Sustentabilidade

Inteligência artificial vai ajudar a detetar contaminantes no meio aquático

Projeto ONE-BLUE conta com 11 países europeus, entre eles Portugal. Quer encontrar novas metodologias para avaliar contaminantes nas águas
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Fundo do mar (foto: Freepik)
Fundo do mar (foto: Freepik)

Tecnologia de ponta e inteligência artificial vão ser utilizados para detetar riscos para organismos marinhos em meio natural, no âmbito de um projeto internacional, liderado em Portugal pelo Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.

O projeto ONE-BLUE, integrado no programa de investigação e inovação Horizonte Europa, financiado pela União Europeia (UE), é gerido por um consórcio que reúne parceiros de 20 instituições e 11 países europeus, indica em comunicado o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da Universidade de Lisboa.

“Até 2027, o grupo vai estar particularmente focado no desenvolvimento de novas metodologias para avaliação da toxicidade dos contaminantes presentes nas águas europeias”.

Os investigadores vão desenvolver e utilizar métodos apoiados em sensores óticos e algoritmos de inteligência artificial para “detetar de forma automática, e não invasiva, se determinada amostra de água representa um risco para os organismos marinhos”.

O projeto tem ainda como objetivos “o avanço da compreensão dos impactos combinados dos contaminantes de preocupação emergente (CPE) e das alterações climáticas em diversos ambientes marinhos”.

Os CPE são substâncias de origem natural ou sintética que podem ser prejudiciais para os seres vivos, como medicamentos, produtos de higiene pessoal e pesticidas.

As novas tecnologias permitirão “a deteção autónoma remota de antibióticos, o desenvolvimento de um sistema ultrassónico para a concentração de microplásticos na água do mar e a criação de um sistema de alerta precoce como apoio à decisão”.

Os cientistas que participam no ONE-BLUE vão centrar-se nas “concentrações, perfis, destino, comportamento e efeitos (dos CPE) no Oceano Atlântico, no Oceano Ártico e no Mar Mediterrâneo”, pretendendo também elaborar “orientações de segurança e protocolos de monitorização” para avaliações futuras daqueles poluentes em ambientes aquáticos.

“Com este projeto, procuramos fornecer soluções inovadoras que apoiem a aplicação de políticas relevantes da UE, como é o caso da estratégia 'Zero Pollution'. A recolha e a análise dos dados, e a divulgação dos resultados deste projeto permite-nos estabelecer um plano de exploração para as tecnologias desenvolvidas, assegurar uma implementação eficaz e contribuir para uma gestão marinha sustentável”, explica Bernardo Duarte, do MARE, coordenador da equipa portuguesa que participa no trabalho, citado no comunicado.

Para o investigador, “este projeto representa uma oportunidade única para avaliar os impactos que ameaças graves como as alterações globais e a poluição representam para a saúde dos oceanos”.

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