Sustentabilidade

Estudo da Deloitte revela que 97% das empresas sofrem com alterações climáticas

Companhias mostram preocupação com o ambiente e vontade de agir, mas poucas tomam medidas ambientais com verdadeiro impacto
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Executivos e impacto das alterações climáticas nas empresas
Executivos e impacto das alterações climáticas nas empresas

As alterações climáticas são um problema real que obrigam pessoas e empresas a parar e a repensar o seu impacto no planeta. E, apesar de haver cada vez mais empresas a admitir que as alterações climáticas são um fator de preocupação e a sofrerem com os impactos do clima, na hora de agir, os passos não são dados com tanta firmeza.

Parece que há uma discrepância entre os níveis de preocupação e de motivação e as ações que estão a ser tomadas por parte dos executivos das companhias a nível mundial, em parte por causa do custo e do impacto financeiro da transformação.

A conclusão surge no 2022 CxO Sustainability Report, um relatório da consultora Deloitte que analisou a visão dos líderes empresariais em relação à sustentabilidade e ao impacto nos seus negócios, numa pesquisa que incluiu 2083 executivos com cargos de chefia de empresas de 21 países do mundo.

97 % dos executivos admitiram que as suas companhias já sofreram impactos negativos por causa das alterações climáticas, especialmente a nível operacional. Há, por isso, um reconhecimento do problema, sendo que 89% referiu que estamos perante uma emergência climática.

E se estes impactos não fossem de alguma forma suficientes para demonstrar a necessidade de agir, a verdade é que há cada vez mais pressão nas companhias para criarem medidas de ação. Os governos e reguladores, os membros do conselho e gestores e os clientes e consumidores tomam palco central, sendo os stakeholders que mais pressionam as companhias a fazer algo face ao clima.

Nota-se que há uma vontade de fazer algo e que há preocupação e consciência de que só agindo é que se trava o problema. Ainda assim, quando o relatório passa para a análise de ações já postas em prática, os resultados ficam aquém daquilo que é esperado.

Logo à partida, a Deloitte identifica cinco ações de sustentabilidade que considera imperativas para as empresas: o desenvolvimento de novos produtos ou serviços mais sustentáveis; exigir que os fornecedores e parceiros de negócios adotem medidas de sustentabilidade; atualização das instalações para as tornar mais resistentes aos impactos climáticos; incorporar considerações climáticas em ações de lóbi e doações políticas; e, por fim, indexar a remunerações dos líderes ao desempenho de sustentabilidade da empresa.

Quase uma em cada cinco empresas implementou pelo menos quatro destas ações. Por outro lado, 14% não implementou nem uma e 35% apenas implementou uma destas medidas.

Na hora de agir, as companhias optam por ações mais pequenas, como começar a usar materiais mais sustentáveis ou aumentar a eficiência energética.

É referido pela consultora esta falta de ação possa estar associada à perceção de custo/benefício da transição. Apesar de identificarem vários benefícios associados às ações sustentáveis – grande parte deles associados à relação com stakeholders e ao prestígio da marca -, os benefícios financeiros são os menos citados.

De acordo com o relatório, os executivos continuam a lutar com os custos a curto prazo da transição para um negócio baixo em carbono.

O 2022 CxO Sustainability Report foi realizado entre setembro e outubro de 2021 pela Deloitte e pela KS&R Inc. Inclui 2083 executivos da Austrália, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Índia, Itália, Japão, México, Países Baixos, Noruega, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, de empresas de várias indústrias, da saúde à energia, passando pelas finanças. 

(Fotos: Unsplash e Pexels)

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